Ferro pede “NATO forte” e UE “coesa” para enfrentar “egoísmos nacionais” e populismos

Ferro Rodrigues esteve presente no colóquio “Portugal e a NATO - 70.º Aniversário da Organização do Tratado do Atlântico Norte”.

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Ferro Rodrigues daniel rocha

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, salientou nesta quarta-feira que é preciso uma "NATO forte” e uma União Europeia “coesa e solidária" para enfrentar “egoísmos nacionais” e “populismos de matrizes várias”, um pouco por todo o mundo.

Na óptica do presidente da Assembleia da República, este “é um tempo exigente, feito de incertezas”, em que muito do que era dado como adquirido “é contestado”.

Falando na abertura do colóquio "Portugal e a NATO - 70.º Aniversário da Organização do Tratado do Atlântico Norte", que decorreu na Assembleia da República, em Lisboa, Eduardo Ferro Rodrigues referiu-se a “egoísmos nacionais” e a “populismos de matrizes várias, unidos apenas na expressão da rejeição”, bem como aos riscos vários a que as populações estão sujeitas.

“Estas discordâncias são sintomas de problemas estruturais a que temos de saber responder - o afastamento entre eleitos e eleitores, a perda de centralidade europeia e atlântica, o impacto da globalização. São desafios que requerem uma linha de rumo clara e com provas dadas”, considerou.

Como exemplos, Ferro Rodrigues falou na “defesa do multilateralismo, na luta contra o proteccionismo comercial, no respeito pelo direito internacional e pelos compromissos internacionalmente assumidos”, apontando que a “NATO deve defender claramente tudo isto”.

“Precisamos de uma NATO forte, precisamos também de uma União Europeia capaz de superar a ruptura do ‘Brexit', que preserve uma regulação tão próxima quanto possível com o Reino Unido, e precisamos de uma União Europeia coesa e solidária, que dê resposta eficaz e humana ao impacto das migrações, que traga competitividade, coesão e crescimento sustentado”, assinalou.

“Ensina-nos a história que união faz a força, não percamos de vista o que é permanente - o elo transatlântico é fonte de paz, de prosperidade e de liberdade”, destacou Ferro.

Na óptica do responsável, “a NATO deve continuar a ser o fórum transatlântico essencial de consultas em todas as matérias que afectem a integridade territorial, a independência política e a segurança dos seus membros, deve preservar a capacidade e interoperabilidade das suas forças, deve responder aos novos desafios de segurança, deve ser provedora de segurança”.

A Aliança Atlântica deve também “aprofundar a parceria com a União Europeia, assegurando complementaridades e evitando duplicações, deve desenvolver a segurança cooperativa, dar o seu contributo valioso para a paz através das suas missões e operações e deve defender claramente o multilateralismo, o respeito pelos tratados e pelo direito internacional e o combate às alterações climáticas”, elencou o presidente da Assembleia da República.

“Em suma, o que temos pela frente é simultaneamente simples e ambicioso - desenvolver o legado que aqui nos trouxe, trabalhar para que a Aliança Atlântica seja pedra angular de paz, cooperação e estabilidade, um laço indissolúvel que junta europeus, americanos e canadianos”, notou.

Na ocasião, Ferro Rodrigues apontou que celebrar 70 anos da NATO “exige revisitar o passado e perspectivar o futuro”, notando que “ao longo de sete décadas houve momentos de divergência entre os aliados, que foram registados pela história, contudo, a história regista também, e principalmente, que a coesão e a solidariedade acabaram por prevalecer”.

“A NATO é a expressão mais profunda do elo transatlântico, do compromisso recíproco que une a Europa aos Estados Unidos e ao Canadá”, assinalou o socialista, acrescentando que a Aliança Atlântica “continua a ter um papel essencial na garantia da segurança e defesa comuns”.

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