“Invasão” de adeptos estrangeiros leva 9000 agentes da PSP para a rua

Mais de 20 mil adeptos ingleses, holandeses e suíços vão viajar para assistir à Liga das Nações. Impacto económico da competição estimado em 150 milhões

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PSP está presente nos eventos desportivos com grande adesão NUNO FERREIRA MONTEIRO (ARQUIVO)

Completam-se dentro de uma semana 15 anos sobre o dia em que o Estádio do Dragão esteve no centro do futebol europeu: a 12 de Junho de 2004 era o palco do jogo de abertura do Euro 2004, entre Portugal e a Grécia. Quase uma década e meia depois, o recinto volta a ser cenário para o arranque de uma grande competição. Receberá hoje o primeiro jogo da fase final da Liga das Nações, entre Portugal e a Suíça, numa competição que se estenderá a Guimarães, e que se prevê tenha um impacto na ordem dos 150 milhões na economia da região norte do país.

Para além de Portugal e Suíça, Holanda e Inglaterra completam o lote de selecções que vão disputar o troféu da edição inaugural da Liga das Nações, que deverá trazer vários milhares de adeptos estrangeiros às duas cidades que acolhem as partidas da fase final. “A operação [de segurança] está a ser preparada há vários meses e está alicerçada na grande experiência da PSP na segurança de grandes eventos”, afirmou em conferência de imprensa o intendente Alexandre Coimbra, da Polícia de Segurança Pública, prevendo que se desloquem 15 mil ingleses, 5000 holandeses e 2500 suíços, para além de um número não contabilizado de portugueses.

Haverá barreiras nas ruas junto dos locais de maior ajuntamento de adeptos, para prevenir eventuais ameaças, e um total de 9000 agentes da PSP mobilizados para garantir a segurança da Liga das Nações. Alexandre Coimbra desvalorizou as críticas feitas pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, que lamentou o tratamento dos polícias “como mão-de-obra barata”. “Há apenas situações pontuais de elementos a fazer algumas horas a mais, mas faz parte do planeamento para eventos desta natureza e que os polícias da PSP já conhecem. Todos os elementos dos comandos do Porto, Braga e unidade especial da polícia tiveram conhecimento atempado, até para marcação de férias, do planeamento do evento desta semana. São remunerados, pagos de acordo com a lei”, sublinhou o intendente da PSP.

Hotéis no limite

O afluxo de visitantes deixou praticamente esgotados os hotéis na região que acolhe a fase final da Liga das Nações. “Na cidade de Guimarães, sede da Inglaterra, a capacidade hoteleira está esgotada e em Braga, onde estagia a Holanda, está muito perto disso”, pode ler-se num comunicado do Turismo do Porto e Norte de Portugal. No Porto “a situação é similar, com o índice de ocupação hoteleira muito perto da lotação esgotada e nos concelhos limítrofes a ultrapassar os 80 por cento”, acrescenta o organismo, cujo presidente, Luís Pedro Martins, previu um mês de Junho “histórico em termos turísticos”. “Tivemos um rally que foi um sucesso, agora a Liga das Nações e ainda teremos os santos populares”, apontou.

No total, o impacto económico da competição rondará os 150 milhões de euros, estimou Daniel Sá, professor do Instituto Português de Administração e Marketing, citado pela agência Lusa. “Esta pode ser uma competição muito rentável, até porque não houve necessidade de investimentos adicionais, uma vez que as várias infra-estruturas já estão construídas há anos”, acrescentou o docente, sublinhando a importância da presença de Portugal na prova: “Fez com que os patrocinadores reforçassem investimentos e aumentou as vendas de ‘merchandising’ da selecção portuguesa, porque há uma espécie de euforia, que se traduz em consumo adicional.”

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