Kathryn Mayorga mantém queixa contra Cristiano Ronaldo

A queixa de violação apresentada por Kathryn Mayorga contra Cristiano Ronaldo foi retirada do tribunal no estado do Nevada para ser apresentada num tribunal federal.

Foto
Cristiano Ronaldo LUSA/RODRIGO ANTUNES

 A queixa de violação apresentada por Kathryn Mayorga contra o futebolista português Cristiano Ronaldo nos Estados Unidos mantém-se, disse uma das advogadas da queixosa à AFP.

“As acusações não foram retiradas. Apenas retirámos a nossa queixa ao nível do Estado [do Nevada], porque apresentámos uma idêntica perante um tribunal federal”, disse Larissa Drohobyczer, que representa a queixosa, a norte-americana Kathryn Mayorga.

A Bloomberg noticiou esta quarta-feira que a queixa contra o futebolista da Juventus teria sido retirada, em pedido apresentado no mês passado no tribunal estadual do Nevada em Las Vegas, mas não referia se a mulher que acusa Ronaldo de violação chegou ou não a acordo com o futebolista português.

A agência Bloomberg noticiou na noite de terça-feira que a queixa de violação contra Cristiano Ronaldo, apresentada pela norte-americana Kathryn Mayorga, teria sido retirada de um tribunal de Las Vegas, nos Estados Unidos. Segundo aquele órgão, a desistência da queixa foi comunicada ao tribunal em Maio.

O jornalista Rafael Buschmann, repórter da revista alemã Der Spiegel e um dos autores do artigo que, em 2018, revelou publicamente a acusação de Mayorga, contrariou a informação primeiro avançada, afirmando que “o caso não está encerrado, está apenas num tribunal diferente agora. Depois de não ter sido possível aos advogados de Mayorga intimar Ronaldo, apresentaram o caso a um tribunal federal”, disse o jornalista na rede social Twitter, sugerindo que a retirada da queixa do tribunal de Las Vegas não significaria uma desistência do caso. 

A Bloomberg diz ter tentado obter uma reacção junto das equipas legais de Mayorga e Ronaldo, mas sem sucesso. Também as autoridades de Las Vegas não se mostraram disponíveis para confirmar a notícia.

Em Outubro de 2018, a polícia de Las Vegas anunciou que reabrira, no mês anterior, uma investigação a uma queixa de violação originalmente apresentada em 2009 por Kathryn Mayorga. 

A história do encontro em que o crime teria ocorrido foi contada numa entrevista à revista alemã Der Spiegel. A ex-modelo norte-americana afirma que o jogador português a terá obrigado a praticar sexo anal, apesar de ter pedido várias vezes que Ronaldo parasse. Revelou ainda que o internacional português lhe terá dito após a relação sexual que era “um bom rapaz 99% das vezes” e que não sabia “de onde vinha o 1%”.

Posteriormente, Mayorga chegou a um acordo com o jogador: em troca de 375 mil dólares (cerca de 323 mil euros), a norte-americana assinou um acordo de confidencialidade que a proibia de nomear o jogador português no âmbito do caso.

Cristiano Ronaldo sempre negou publicamente a acusação, mas viu-se, em 2018, envolvido numa acção cível que pedia a anulação do acordo de confidencialidade e que o acusava de vários crimes: agressão e abuso sexual, imposição intencional de sofrimento emocional, coacção e fraude, chantagem e conspiração, difamação, abuso de direito. 

Na altura, Ronaldo disse ainda, num chat online, que as alegações eram “fake news” (notícias falsas, em inglês), e que havia pessoas a tentar aproveitar-se do seu nome.

A acusação teve na altura consequências desastrosas para o actual clube do craque português, a Juventus, cujas acções caíram 15%.

Em Março, o New York Times escrevia que a Juventus, campeã nacional italiana, não iria participar na Liga dos Campeões Internacional, que se realiza nos EUA, para evitar que Ronaldo pudesse ser detido pelas autoridades norte-americanas.

Notícia actualizada às 18h58 com esclarecimentos da advogada de Kathryn Mayorga

Sugerir correcção
Ler 17 comentários