Universidade do Porto lucra 4,6 milhões graças a venda de ex-Colégio Almeida Garrett

Em 2017 a Universidade do Porto garantiu que mais-valia seria integralmente reinvestida na reabilitação de faculdades, residências estudantis, cantinas escolares e estruturas desportivas.

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O lucro da Universidade do Porto (U.Porto) foi de 4,6 milhões de euros em 2018 e disparou face aos 100 mil euros de 2017, com a venda do ex-Colégio Almeida Garrett, revela o Relatório de Actividades e Contas da Universidade do Porto, a que a Lusa teve acesso. Assim, o resultado líquido de 2018 aumentou 4.561 milhares de euros. 

A principal razão apontada é o “contributo” da Reitoria, uma das “entidades constitutivas para o resultado líquido da U.Porto”, que obteve um “resultado líquido de 4,7 milhões de euros” no mesmo ano.

“Importa salientar que o resultado da Reitoria inclui o rendimento de 2,5 milhões de euros referentes à mais-valia obtida com a alienação do edifício do antigo Ex-Colégio Almeida Garrett”, refere o documento.

A 15 de Novembro de 2017, a U.Porto garantiu, em comunicado de imprensa enviado à Lusa na altura, que a venda do antigo Colégio Almeida Garrett por 6,1 milhões de euros seria integralmente reinvestida na reabilitação de faculdades, residências estudantis, cantinas escolares e estruturas desportivas.

“A receita obtida com a alienação do complexo de edifícios conhecido como antigo Colégio Almeida Garrett será integralmente reinvestida na reabilitação de faculdades, residências estudantis, cantinas escolares e estruturas desportivas da U.Porto, com o propósito de garantir melhores condições de ensino, investigação e apoio social aos seus estudantes, docentes e investigadores”.

O antigo Colégio Almeida Garrett, localizado na Baixa Porto, junto à Praça Coronel Pacheco, está inserido num terreno com uma área total de 8.520 metros quadrados, espaço equivalente a oito campos de futebol, e foi vendido em hasta pública à Real Douro - Promoção e Gestão Imobiliária, com sede no Marco de Canaveses.

O rendimento de “1,5 milhões de euros relativo à dotação do Orçamento de Estado afecta à retenção para recuperação e conservação do património e cujos benefícios revertem a favor das universidades” é outra das razões para justificar os 4,7 milhões de lucro obtido pela Reitoria em 2018, refere o mesmo documento.

A Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP) foi a segunda instituição - depois da Reitoria - a dar o melhor contributo à U.Porto, pois obteve um resultado líquido de 601 mil euros.

Outros rendimentos que contribuíram para o lucro da U.Porto estão inseridos na rúbrica impostos e taxas, que se refere essencialmente a propinas (1,9 milhões), dotação do Estado (1,48 milhões de euros) e prestações de serviços, designadamente estudos, pareceres, formações, projectos (1,1 milhões de euros).

Na parte dos recursos humanos houve mais contratação de “doutorados e contratações nos termos de regime geral” em 2018 face a 2017. “O pessoal docente e investigador cresceu cerca de 4% face a 2017, fixando-se em “1.853”, lê-se no documento.

Em 2016 o lucro da U.Porto foi de “876 mil euros”, diminuindo mais de metade face a 2015, ano em que registou um resultado líquido de mais de dois milhões. Em 2014 o lucro foi de 5,5 milhões.

Em anos anteriores os lucros da U.Porto atingiram 5,8 milhões de euros (2012), quatro milhões (2013) e 23,3 milhões (2011).

Em 2011, o lucro da U.Porto cifrou-se no mais alto dos últimos sete anos, com 23,3 milhões de euros, aumentando o resultado líquido em 143% face a 2010.

A principal razão justificava-se, na altura, com a “redução de custos provenientes do subsídio de férias não pago” aos funcionários da U.Porto, equivalente a sete milhões de euros.

Em 2010, a U.Porto registou um resultado líquido na ordem dos 9,6 milhões.

O resultado líquido é o lucro que a empresa apresenta num dado período, ou seja, aquilo que resta da sua receita, depois de considerados todos os custos do exercício.

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