Ott Tänak continua a liderar Rali de Portugal mas deixa tudo em aberto

Suspensão partida obrigou ao abandono do finlandês Jari-Matti Latvala. O irlandês Kris Meeke é agora o principal adversário do estónio da Toyota.

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Estónio Ott Tanak resistiu aos ataques da concorrência LUSA/JOSE COELHO

Há 10 anos, um jovem Ott Tanak, com apenas 21 anos, fazia a sua estreia numa prova do Mundial de Ralis, exactamente em Portugal, numa altura em que o evento ainda se disputava no sul do país. De então para cá, o piloto não foi feliz nos troços nacionais. Até à presente edição. Este sábado, o homem que lidera a equipa da Toyota resistiu aos ataques da concorrência e a alguns sobressaltos, mantendo a liderança. Mas a distância é curta, sem margem para erros.

Será com uma vantagem de apenas 4,3 segundos sobre o irlandês Kris Meeke (Toyota), que Tanak – com um escasso palmarés de oito vitórias em 98 ralis já disputados no mundial - irá partir para o derradeiro dia do Rali de Portugal, sétima prova do campeonato. Na realidade, os quatro primeiros classificados estão separados por escassos 21 segundos e tudo está em aberto. Quem já está fora destas contas é o finlandês Jari-Matti Latvala (Toyota), que desistiu este sábado, com a suspensão dianteira esquerda partida.

Antes de sorrir no final dos seis troços cronometrados do dia, Tanak teve um grande sobressalto e até encerrou o dia com o amortecedor dianteiro direito partido. Algo que o fez perder bastante tempo na segunda passagem por Amarante, a encerrar a jornada, quando não evitou um pião ao quilómetro 18. Os 12,7 segundos cedidos ao belga Thierry Neuville, vencedor dessa 13.ª especial, acabaram por ser um mal menor.

Um incidente que lhe retirou alguma da vantagem acumulada até então na classificação. Antes, Tanak também sofreu a pressão de Latvala (que partiu para este segundo dia no segundo lugar, com mais 17,3 segundos), mas sem grandes riscos em assegurar a posição. É que na eventualidade do finlandês querer ser mais afoito, a Toyota iria dar ordens para o estónio não ser ultrapassado, já que é o piloto na marca japonesa com mais hipóteses de discutir o título deste ano. A saída de cena de Latvala desfez a questão.

Quem aproveitou foi Meeke, que subiu uma posição. Mas o dia também não foi fácil para o irlandês, como fez questão de explicar no final da última especial: “Acendeu-se uma luz de advertência e de todas as vezes que puxava o travão de mão o motor calava-se. Com isso acabámos por perder muitos segundos. Nunca na minha vida tinha passado por momentos tão duros.”

No terceiro lugar segue agora o belga Thierry Neuville (Hyundai), a 9,2 segundos do líder, com Sébastien Ogier (Citröen), hexacampeão mundial e líder isolado no presente campeonato (Tanak segue em segundo na geral, com menos 10 pontos), a subir à quarta posição e com algumas hipóteses de aspirar a algo mais. Ele que já venceu por cinco vezes em Portugal (2010, 2011, 2013, 2014 e 2017). De qualquer maneira, o seu optimismo era bastante moderado quando parou o motor: “Não foi um dia mau. Amanhã [este domingo] é um dia curto e não poderemos aspirar a muito mais.”

Armindo campeão

No que respeita aos pilotos portugueses, o destaque vai integralmente para Armindo Araújo (Hyundai), que garantiu este sábado o triunfo na quarta prova do campeonato nacional. Uma vitória do actual campeão nacional confirmada no final da primeira passagem por Amarante (especial 10).

“Esta vitória foi muito importante para mim, em termos de campeonato, pois permite colocar o Ricardo Teodósio [líder da geral] sob pressão nas próximas provas”, sintetizou Armindo Araújo, que irá, mesmo assim, prosseguir em competição, onde segue na 18.ª posição, a 15 minutos de Tanak.

Para o último dia da prova portuguesa, estão previstas cinco especiais, com um total de 51,77 quilómetros cronometrados, incluindo os 11,18 de Fafe, que funcionará como ‘power stage’, onde serão distribuídos cinco pontos pelos cinco pilotos mais rápidos.

Um troço a encerrar o rali que enche as medidas de Tanak: “Fafe é uma especial lendária, com muita gente. É sempre um dos pontos altos da temporada”, referiu, em declarações à agência Lusa, prometendo ir sempre “gás a fundo”.

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