Portugueses ganharam dois anos de vida na última década

Os ganhos nas mulheres resultaram sobretudo da redução na mortalidade em idades iguais ou acima dos 60 anos. Já nos homens, o aumento da esperança de vida conseguiu-se pela redução das chamadas mortes prematuras.

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André Rodrigues

Na última década, os portugueses ganharam mais dois anos de vida. A esperança média de vida, para o período 2016-2018, é superior a 80 anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta sexta-feira. Os números mostram um abrandamento em relação ao triénio 2015-2017, refere o instituto. As mulheres continuam a viver mais que os homens, mas a diferença entre os dois sexos diminuiu.

“O valor da esperança de vida à nascença foi estimado em 80,80 anos para o total da população. À nascença, os homens podem esperar viver 77,78 anos e as mulheres 83,43 anos, o que representa, relativamente aos valores estimados para 2015-2017, um acréscimo de 0,04 anos (0,48 meses) e 0,02 anos (0,24 meses), respectivamente”, lê-se no relatório do INE, que acompanha as tábuas de mortalidade. Contudo, adianta o relatório, há “uma diminuição dos ganhos de longevidade (1,56 meses para homens e 0,96 para mulheres, em 2015-2017)”, quando comparado com a evolução do triénio anterior.

Ainda assim, os resultados são positivos. “Na última década, a esperança de vida à nascença da população residente aumentou 2,06 anos, mais 2,29 anos para os homens e 1,62 anos para as mulheres relativamente aos valores estimados para o período 2006-2008 (75,49 e 81,81 anos, respectivamente).”

Os ganhos nas mulheres resultaram sobretudo “da redução na mortalidade em idades iguais ou superiores a 60 anos”. Já nos homens, “o aumento da esperança de vida à nascença foi maioritariamente proveniente da redução da mortalidade em idades inferiores a 60 anos, em particular entre os 35 e os 49 anos”. Ou seja, nas chamadas mortes prematuras.

O INE salienta que as mulheres continuam a viver mais que os homens, mas a diferença entre os dois sexos tem diminuído. Um reflexo do maior ganho de esperança média de vida nos homens.

“Para o período 2016-2018 estima-se que 36,7% dos nados-vivos do sexo masculino e 58,0% dos nados-vivos do sexo feminino sobrevivam à idade de 85 anos se sujeitos ao longo das suas vidas às condições de mortalidade específicas por idade observadas neste período. Para o período 2006-2008, estes valores eram, respectivamente, 29,0% e 50,0%, para homens e mulheres”, aponta o INE.

Esperança de vida aos 65 anos

Segundo o INE, a esperança de vida aos 65 anos atingiu 19,49 anos para o total da população. “Aos 65 anos os homens podem esperar viver mais 17,58 anos e as mulheres mais 20,88 anos, o que representa ganhos de 1,23 anos e de 1,18 anos, respectivamente, nos últimos dez anos”, refere o documento.

Também aqui, a diferença entre homens e mulheres diminui na última década, passando de 3,35 anos em 2006-2008 para 3,30 anos em 2016-2018.

“No período 2016-2018, a maioria dos óbitos (65,4%) ocorreu em idades iguais ou superiores a 80 anos. Foi neste grupo etário que se concentraram aproximadamente metade dos óbitos masculinos (55,2%) e três quartos dos óbitos femininos (75,0%). A idade mais frequente ao óbito para homens foi 86 anos e para as mulheres 88 anos, quando há dez anos era 85 anos para os homens e 87 anos para as mulheres”, adianta o relatório.

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