João Santos vence Prémio Internacional de Composição de Mafra

O Prémio Internacional de Composição para os órgãos do Palácio de Mafra foi atribuido à partitura Magnificat do compositor português.

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MIGUEL MANSO

O português João Henrique Sousa Santos venceu a terceira edição do Prémio Internacional de Composição para os órgãos do Palácio de Mafra, com a partitura Magnificat, anunciaram esta quinta-feira o município de Mafra e Ministério da Cultura.

João Henrique Sousa Santos ganhou o primeiro prémio para a categoria destinada a premiar composições originais. Na mesma categoria, o júri decidiu atribuir duas menções honrosas, à italiana Michele Del Prete, pela partitura, Glosa a Seis, e ao norte-americano Jacob Adler, por Hexachord Fantasy.

O anúncio foi feito esta quinta-feira na sessão solene do feriado municipal de Mafra. O Prémio Internacional de Composição tem como finalidade criar repertório para o conjunto dos seis órgãos históricos do Palácio Nacional de Mafra e valorizar aquele património.

Dividido em duas categorias, o prémio distingue uma obra original, com dez mil euros, e a transcrição moderna de uma partitura antiga, com cinco mil euros. Com periodicidade bienal, o galardão premeia compositores que apresentem peças destinadas àqueles órgãos, possuidores de características técnicas muito próprias.

Já em 2017 o compositor João Henrique Sousa Santos recebeu um prémio de cinco mil euros no mesmo concurso. O júri desta terceira edição foi constituído pelo belga Jean Ferrard, pelo organista português Sérgio Azevedo, pelo inglês William Whitehead e pelo musicólogo português e organista João Vaz.

O Prémio Internacional de Composição de Mafra foi instituído em 2014. Os seis órgãos constituem um conjunto instrumental único no mundo não só pelo seu número, mas por terem sido construídos ao mesmo tempo e concebidos de forma original para tocar em conjunto.

Ao longo de uma década, os seis órgãos foram sendo, um a um, alvo de restauro, num investimento de 1,2 milhões de euros. A inauguração após o restauro aconteceu em 2010, após um interregno de 200 anos em que não tocaram em conjunto. Desde então, o Palácio de Mafra tem vindo a promover concertos dos seis órgãos, nos primeiros domingos do mês, sob a direcção artística do organista e musicólogo João Vaz, para atrair visitantes e promover aquele património.

Os órgãos foram construídos em 1807 pelos organeiros António Xavier Machado e Cerveira e Joaquim António Peres Fontanes, a pedido de D. João VI, sucessor de D. João V, o qual mandara construir o Palácio Nacional de Mafra.

Com a primeira invasão francesa e o exílio da corte no Brasil, a actividade musical decaiu e os órgãos só voltaram a tocar na segunda década do século XIX, com o regresso da família real, ocasião em que foram reparados. O processo não chegou então a ser concluído, tendo um dos órgãos ficado desmontado até serem todos restaurados pelo mestre Dinarte Machado, já neste século.

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