Veterinário arrisca-se a prisão perpétua por embrulhar medicamentos em texto religioso

O médico é acusado de profanar o Alcorão e, se for condenado por blasfémia, pode enfrentar prisão perpétua.

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Desde 2011, cerca de 100 pessoas foram acusadas de blasfémia no Paquistão LUSA/SHAHZAIB AKBER

Um médico veterinário hindu arrisca-se a uma pena prisão perpétua no Paquistão por ter embrulhado medicamentos num papel com escritos religiosos islâmicos.

Segundo a BBC, um cliente que tinha ido adquirir medicação para os seus animais denunciou o acto à polícia paquistanesa. O veterinário, que diz ter utilizado o papel por engano, é agora acusado de blasfémia e, se for condenado, enfrenta uma pena de prisão perpétua.

O caso levou uma multidão a atear fogo à sua clínica nos arredores de Mirpur Khas, na província paquistanesa de Sindh, bem como a outros estabelecimentos comerciais detidos por elementos da minoria hindu.

Este é o mais recente de uma série de casos em que membros de minorias religiosas no Paquistão são acusados à luz das leis antiblasfémia. Segundo um relatório de 2018 da Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional, foram registadas 100 condenações por blasfémia desde 2011 no Paquistão. Muitos dos acusados encontram-se detidos e 40 aguardam sentenças de morte. Outras pessoas foram mortas por multidões, independentemente da veracidade das acusações, diz o relatório.

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