Giro continua a “encostar” os principais favoritos

Depois da desistência de Tom Dumoulin, Primoz Roglic, apontado como segundo maior favorito, vê reduzidas – ainda que não totalmente – as esperanças de vencer a prova italiana.

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Ciccone, o vencedor do dia. DR

Giulio Ciccone venceu, nesta terça-feira, a 16.ª etapa da Volta a Itália. O ciclista italiano foi o herói desta tirada montanhosa, mas o grande vencedor do dia foi mesmo o camisola rosa Richard Carapaz que, com ajuda de Nibali e Landa, deu um “safanão” em Primoz Roglic: o esloveno caiu de segundo para terceiro na geral e cedeu mais de um minuto aos rivais.

Depois da desistência de Tom Dumoulin, Roglic, apontado como segundo maior favorito, vê reduzidas as esperanças de vencer a prova italiana.

"Parede” não desiludiu

A etapa desta terça-feira era apontada como a mais dura do Giro. As ameaças meteorológicas no topo de uma das montanhas até aligeiraram o percurso – a brutal escalada ao Passo Gavia foi anulada –, mas mantiveram-se cinco subidas, uma delas, a penúltima, uma “parede” de 12 quilómetros a 10,9% de inclinação média. “O Mortirolo dá a impressão de que é uma subida infinita”, definiu Nibali, antes da partida.

Por tudo isto, esperava-se luta entre os principais favoritos, até porque um contra-relógio na última etapa dará a Roglic a possibilidade de anular algumas diferenças. Apesar de vestir a camisola rosa, Richard Carapaz não poderia desperdiçar a possibilidade de alongar os 47 segundos de vantagem que tinha, além de se pedir, impreterivelmente, uma postura ofensiva a Nibali.

Ao contrário de outras etapas de montanha, esta não desiludiu. Verificaram-se todas as previsões, com os principais candidatos a digladiarem-se numa tirada que começou por ter uma fuga de 21 ciclistas (nenhum colocava em perigo a liderança de Carapaz).

Os fugitivos abriram uma diferença de mais de cinco minutos e, na subida mais dura do dia, passaram a ser, apenas, um duo: Jan Hirt e Giulio Ciccone, líder da montanha.

Mais atrás, Nibali, como se pedia, atacou na fase da subida que tinha 18% de inclinação e ninguém respondeu. Roglic, Carapaz, Landa e López ficaram sentados.

López acabou por atacar nesse pequeno grupo, deixando Roglic para trás, e, com três Movistar – Carretero, Landa e Carapaz – acabou por apanhar Nibali, uns quilómetros à frente.

Final tranquilo, com festa de Ciccone

O final da subida trouxe chuva forte, muito frio, vento e até algum gelo, o que tornou a descida perigosa para os ciclistas. Não houve, portanto, muito risco, e o grupo dos favoritos “rolou” até ao final da etapa.

Na frente venceu Ciccone, que bateu Hirt, e, mais atrás, Roglic acabou por perder 1m22s para os favoritos, começando a “pagar” a factura de vários meses em grande forma.

Quem sorri é Carapaz, que alargou a diferença para o esloveno, bem como Nibali (subiu ao segundo lugar), Landa e Miguel Ángel López, todos a pressionarem o esloveno na geral.

Nesta quarta-feira, haverá nova etapa dura, com quatro subidas no percurso.

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