João Laia vai ser curador-chefe do Kiasma, em Helsínquia

Museu de arte contemporânea finlandês anunciou a nomeação do português esta terça-feira.

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João Laia fotografado na ARCOLisboa em 2017 Nuno Ferreira Santos

A partir da próxima segunda-feira, 3 de Junho, João Laia vai assumir um cargo de curador-chefe para as exposições do Kiasma, o museu de arte contemporânea de Helsínquia. O anúncio foi feito pelo museu finlandês na plataforma de artes e-Flux.

Aos 37 anos, este curador português com formação em ciências sociais e estudos cinematográficos, que tem sido responsável pela secção Opening da ARCOLisboa, consagrada a jovens galerias, foi escolhido através de um concurso internacional lançado em Dezembro. A equipa do Kiasma, a instituição de referência para a arte contemporânea na Finlândia, é dirigida por Leevi Haapala, contando ainda com uma curadora-chefe para a colecção e outros dez curadores.

Sobre o desafio de trabalhar na Finlândia, João Laia explicou ao PÚBLICO que o país tem uma posição geográfica muito interessante. “Situa-se, tal como Portugal, no extremo da Europa. Isso proporciona uma série de relações fora da União Europeia que alargam naturalmente o campo de acção. Temos a Rússia, território com o qual trabalho há bastantes anos, e a Ásia, que a nível de debates sociais podemos considerar o futuro.”

O trabalho do curador-chefe será desenvolver, com o director, o programa de exposições dos próximos três anos, incluindo aquela que marcará os 30 anos do museu em 2021. 

“João Laia é um curador de exposições temáticas, de filmes e de artes performativas com uma importante rede de contactos”, diz Leevi Haapala no texto disponível na e-Flux, em que sublinha os seus contributos para publicações especializadas como a Frieze e a Mousse (João Laia foi também colaborador do PÚBLICO), bem como a sua experiência internacional comissariando exposições no Brasil, no Reino Unido, na Rússia, em Espanha, na Suécia e, claro, em Portugal. “O visionário Laia tem um interesse claro no desenvolvimento da experiência curatorial e de formatos de apresentação da arte”, continua o director do Kiasma.

Entre as exposições recentes a que João Laia esteve ligado estão Drowning in a sea of Data (2019) e Transmissions from the Etherspace (2017), ambas na La Casa Encendida, em Madrid, e Hybridize or Disappear (2015), no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, em Lisboa. Da lista de instituições com que já colaborou fazem parte a Fundação Gulbenkian e o MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, em Lisboa; o Moderna Museet de Estocolmo, a londrina Whitechapel Gallery ou o Moscow Museum of Modern Art. 

Antes de partir para Helsínquia, João Laia irá ainda inaugurar no sábado, às 21h30, a segunda parte da exposição Ponto de Fuga, no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, feita a partir da colecção António Cachola, com performances de Nuno da Luz, Joana da Conceição e Jonathan Uliel Saldanha

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