A partir desta terça há mais de 2000 farmácias a informar as mulheres sobre a sua saúde

“Mulheres Como Eu” é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Ginecologia com a apoio das Farmácias Portuguesas.

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Nuno Ferreira Santos/Arquivo

Nem sempre as mulheres se preocupam com a sua saúde, pondo à frente a família, o trabalho, os problemas do dia-a-dia. Por isso, a propósito do Dia Internacional da Saúde Feminina, que se assinala nesta terça-feira, 28 de Maio, a Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), com a apoio das Farmácias Portuguesas, lançou a campanha “Mulheres Como Eu” para alertar para as doenças do foro ginecológico. 

“Queremos chamar a atenção para a importância da literacia em saúde”, começa por explicar Teresa Mascarenhas, presidente da SPG, ao PÚBLICO. “Entendemos que é muito importante sensibilizar a população portuguesa para as doenças ginecológicas. Se a mulher estiver informada, pode antecipar problemas”, continua. 

Com vista à consciencialização dos problemas do sistema reprodutor feminino, será disponibilizada, a partir desta terça-feira, informação sobre cinco patologias muito frequentes – endometriose, miomas uterinos, pólipos, hemorragias uterinas anormais e cancro uterino (cancro do colo do útero e cancro do endométrio) – ​em mais de 2000 farmácias que compõem a rede de farmácias da Associação Nacional das Farmácias (ANF).

“Uma em cada três mulheres podem ter miomas uterinos, pólipos também”, informa a professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Estas patologias “têm um peso muito significativo na nossa sociedade e em alguns casos podem até comprometer a fertilidade da mulher”. A presidente alerta ainda para o problema da natalidade, já que Portugal tem a segunda pior taxa de natalidade da Europa, com 1,36 nascimentos por cada mulher.

Esta campanha destina-se às mulheres, principalmente, mas não só. “Vai chegar às mulheres e aos homens que rodeiam estas mulheres. Estas acabam por ser mães, esposas, filhas. Portanto se toda a população portuguesa estiver esclarecida, de certeza que vamos ter um bom resultado, vamos chegar mais perto do que interessa na realidade”, continua. 

Segundo a presidente da SPG, a campanha pretende “que as mulheres fiquem mais esclarecidas com o diagnóstico mais atempado, para que possam estar informadas de que há tratamentos minimamente invasivos que podem ser efectuados em casos precoces e que podem fazer toda a diferença”, diz. 

Aos fazer a divulgação, a SPG espera “contrariar a ideia de que a saúde delas [mulheres] não é importante”, refere Teresa Mascarenhas. “Num trabalho que foi efectuado, chegou-se à conclusão que 62% das mulheres não tinham sequer tempo para saber como se podiam manter saudáveis”, lembra. Afinal, “quando são aspectos de gestão da família, é sempre a mulher que toma conta destas situações. Mas quando está a pensar em si própria, negligencia”, conclui. 

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