Há utilidade no sofrimento?

Com Kudos está encerrada a trilogia em que Rachel Cusk desafia a ideia de género literário para se aproximar de uma ideia de verdade acerca da escrita, de si mesma, de um modo de ver o mundo. Três livros para sorver e ficar a matutar.

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Rachel Cusk criou o cenário de um festival literário num país da Europa que se adivinha ser em Portugal nuno ferreira santos

Um jornalista propõe a Faye fazer-lhe uma entrevista em que a tratasse como uma personagem dos seus romances. Ele seria o narrador, o que num romance de Faye equivale a ser a pessoa que interpela, nem que seja com o olhar, e depois deixa o outro falar. Ou seja, ele é o ouvinte, quase silencioso, o que escuta e depois conta a história que ouviu. E aqui, quando se escreve Faye, poderia estar a escrever-se Rachel. Rachel Cusk (1967), a escritora nascida no Canadá, que cresceu entre Los Angeles, nos EUA, e o Reino Unido e se tornou uma referência no modo como vai desafiando os limites dos géneros — memória, romance, ficção, ensaio — para interpelar a ideia de literatura, ou, de modo mais restrito, a de romance.

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