“As crianças não aprendem se não forem tocadas nos seus corações”

Alberto M. Carvalho é uma espécie de ministro da Educação de Miami-Dade, que defende a equidade. Para isso, luta por criar todas as condições para que o aluno consiga ter sucesso. Da ida ao médico ao jantar, sem esquecer a oferta de um ensino de qualidade. A escola ideal existe, acredita, foi ele que a criou.

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Alberto M. Carvalho e Max Sultz, de 12 anos, depois de o aluno ter feito um discurso emotivo a pedir que o superintendente das escolhas de Miami-Dade ficasse no cargo mais tempo e recusasse um convite de outra cidade Joe Raedle/Getty Images

Fala português “melhor que muito bem” orgulha-se, com o sotaque norte-americano que foi adquirindo desde que saiu de Lisboa, tinha então 17 anos. Alberto M. Carvalho gosta de contar que nasceu no Bairro Alto, que é oriundo de uma família “muito pobre”, com seis filhos. Completou o ensino secundário — ele e o irmão mais novo foram os únicos que conseguiram tirar um curso universitário — e começou a trabalhar com o objectivo de poupar para comprar uma passagem para Nova Iorque, onde, mal chegou, começou a lavar pratos. Fez de tudo, da restauração à construção, viajou pelos EUA, atrás de trabalho, foi sem-abrigo, até que assentou na Florida do Sul, onde voltou a estudar. Uma subida a pulso, de professor a director, de director a superintendente do condado de Miami-Dade, o equivalente a ministro da Educação. “Se então as regras de emigração fossem como agora, provavelmente não teria ficado”, diz. 

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