Ministro da Educação elogia grevistas do clima, mas admite que marcação de faltas é inevitável

Tiago Brandão Rodrigues afirmou que os alunos que participaram na greve climática sabiam que existiam “implicações”, mas salienta que é “importante desacomodar”.

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Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação Nelson Garrido

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, elogiou esta sexta-feira a greve climática estudantil, mas salientou que “quem faz greve também é penalizado por isso”, numa alusão às faltas marcadas a quem não foi às aulas.

Em declarações à Lusa em Viana do Castelo, o ministro lembrou que há “regras do jogo”, mas vaticinou que, com “bom senso”, se “arranjarão instrumentos” para que nenhum dos estudantes que participou na greve saia “efectivamente lesado”.

“Como os directores [escolares] já disseram, há um entendimento muito claro em relação a isso [marcação de faltas]. Quem se manifesta, sabe que automaticamente existem implicações”, referiu. Na quarta-feira, os dois presidentes das associações representativas dos directores escolares disseram à Lusa que as faltas dos alunos que participem na greve estudantil internacional em defesa do clima serão injustificadas.

Tiago Brandão Rodrigues frisou que os alunos sabem “que existem regras do jogo” e que “quem faz greve também é penalizado por isso”, porque existem “consequências naturais”.

“Neste caso existe bom senso e, se existir bom senso, todos sabemos que se arranjarão instrumentos para que efectivamente nenhum dos estudantes possa sair efectivamente lesado”, referiu. Pela segunda vez, os estudantes portugueses aderiram à greve climática estudantil internacional, que esta sexta-feira se realizou em mais de 100 países e que em Portugal se alargou a 51 localidades. O ministro sublinhou que esta “não é uma actividade da escola” e que, por isso, “existem outras questões formais que têm de ser tidas em conta”.

“Os jovens sabem isso e não é por isso que vão deixar de fazer ou não a manifestação. É importante que nos continuem a desacomodar”, disse ainda o ministro. Para o titular da pasta da Educação, os jovens “estão a mostrar o caminho” que deve ser trilhado em defesa do planeta, alertando para a necessidade de “actuação imediata” para atacar os problemas associados ao clima.

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Greta Thunberg deu início a movimento internacional TT NEWS AGENCY / REUTERS
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