Sondagens à boca das urnas na Holanda dão vitória inesperada a Trabalhistas nas europeias

Segundo as primeiras estimativas do instituto de estudos de opinião Ipsos, o voto dos eleitores holandeses está muito fragmentado, mas os Trabalhistas deverão ficar com cinco dos 26 lugares que a Holanda elege.

Foto
Uma cidadã holandesa durante a votação para o Parlamento Europeu na Holanda PIROSCHKA VAN DE WOUW/Reuters

As sondagens à boca das urnas apontam para uma inesperada vitória do Partido Trabalhista nas eleições para o Parlamento Europeu (PE) realizadas esta quinta-feira na Holanda, informam as agências noticiosas.

Segundo as primeiras estimativas do instituto de estudos de opinião Ipsos, o voto dos eleitores holandeses está muito fragmentado, mas os Trabalhistas deverão ficar com cinco dos 26 lugares que a Holanda elege

O cabeça de lista do grupo Socialistas e Democratas é um holandês, Frans Timmermans, um candidato que como vice-presidente da Comissão Europeia já tinha um perfil europeu importante e ganhou ainda mais atenção nesta campanha, o que terá dado uma vantagem ao Partido Trabalhista no país. Apesar disso, nenhuma sondagem tinha dado o Partido Trabalhista à frente, apenas em terceiro lugar.

De acordo com o Ipsos, em segundo lugar deverá ficar o Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD, liberal), do primeiro-ministro, Mark Rutte, que obtém quatro lugares, mais um do que na anterior eleição para o PE.

Dois partidos populistas elegem um total de quatro lugares: o recentemente formado Fórum pela Democracia (FvD), liderado por Thierry Baudet ganha três lugares, e o islamofóbico Partido da Liberdade, de Geert Wilders, elege um eurodeputado, com 4% (uma enorme queda tendo em conta os 13% das eleições europeias anteriores), no pior resultado desde a criação do partido, em 2006, aponta a agência Reuters.

A Esquerda Verde, que foi um das sensações nas últimas legislativas holandesas, subiu de dois para três eurodeputados.

O processo de eleição dos 751 deputados do Parlamento Europeu para a legislatura 2019-2024 arrancou esta quinta-feira na Holanda e no Reino Unido, os dois primeiros países a votar num calendário que se estende até domingo.

Cerca de 400 milhões de cidadãos europeus estão inscritos para votar até 26 de Maio e para escolher os seus representantes no próximo PE, com Portugal a eleger 21 eurodeputados.

Um total de 16 partidos, de todas as ideologias, participaram nas eleições desta quinta-feira na Holanda, sob uma grande pressão, especialmente da extrema-direita do FvD, que apelou para um referendo urgente sobre a continuidade da Holanda na União Europeia (UE), no euro e no Espaço Schengen, aproveitando a sua popularidade após a vitória nas eleições regionais de há três meses.

De acordo com dados da agência Ipsos, 41% dos holandeses com direito a voto foram às urnas, o que significa um aumento na participação face às últimas eleições europeias em 2014, quando votaram apenas 37,3% do eleitorado. Será a participação mais alta das últimas três décadas.

Os resultados eleitorais oficiais só serão conhecidos no domingo, após o fecho das urnas dos 28 países da União Europeia, para não influenciar a intenção de voto dos outros cidadãos que votam nesse dia.

Inicialmente, estava previsto que todos os países votassem no domingo, mas vários Estados, como a Holanda, que não realiza eleições aos fins-de-semana, ou o Reino Unido, que convoca eleições apenas às quintas-feiras, protestaram e a UE deu a possibilidade de dividir estas eleições em vários dias, desde que sejam entre 23 e 26 de Maio.

Sugerir correcção
Ler 13 comentários