PS atrasa-se para deixar a CDU passar

Quatro dos maiores partidos estiveram esta tarde a disputar eleitorado no Porto, na Rua de Santa Catarina. Pedro Marques diz que o facto de ter feito mais quilómetros de carro não é contraditório com a mensagem de combate às alterações climáticas.

Pedro Marques na descida de Santa Catarina, no Porto
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Pedro Marques na descida de Santa Catarina, no Porto LUSA/MIGUEL A. LOPES
Matos Fernandes apareceu no meio da arruada
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Matos Fernandes apareceu no meio da arruada LUSA/MIGUEL A. LOPES
Os socialistas juntaram algumas dezena de pessoas no centro da cidade do Porto
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Os socialistas juntaram algumas dezena de pessoas no centro da cidade do Porto LUSA/MIGUEL A. LOPES

Quatro da tarde. Bombos, cabeçudos, muito barulho e muitas bandeiras. Mas quem lá está à espera, um pouco mais abaixo para passar a mensagem é a CDU de João Ferreira. E um pouco mais abaixo estará o CDS. O BE também por lá andava, a preparar um jantar. E agora? Tudo ao mesmo tempo? Sem problema, o PS adia a iniciativa e deixa a CDU passar, descendo a Rua de Santa Catarina, no Porto.

Há dois dias que o PS decidiu virar a agulha na estratégia eleitoral e concentrou-se na caça aos votos à esquerda, mas nesta quinta-feira acabou por aliviar a pressão no conteúdo e nas acções, pelo menos durante o dia. Só quando questionado por um jornalista Marques referiu ser “razoável” e “legítimo” questionar PCP e BE sobre as suas intenções em relação ao euro.

Teve oportunidade para perguntar directamente, mas deixou passar a oportunidade e a CDU. João Ferreira tinha marcado um contacto com a população naquela rua para a mesma hora e o PS decidiu adiar. Pelo caminho, o aparato socialista ainda se encontrou com alguns centristas, que tinham uma iniciativa na FNAC, e com os comunistas, que arrumavam os sistemas de som numa carrinha. Questionado sobre o assunto, Marques chuta para canto: “Todos temos oportunidade de esclarecer os portugueses. E esta campanha foi absolutamente incrível, dá-nos muita confiança, mas não há votos contados até domingo”, disse ainda no início da arruada.

Apesar de estar previsto, Francisco Assis não esteve ao lado do socialista que teve em permanência junto a si Manuel Pizarro e Isabel Santos, os dois candidatos que estão na lista em 8.º e 9.º lugar. “Estamos na luta para que o Manuel seja um de nós em Bruxelas, vamos lutar por uma boa vitória para ir uma excelente equipa… também a Isabel. Vamos lutar para levar gente do Porto para termos uma boa equipa em Bruxelas”, disse.

A meio da descida ainda apareceu o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, numa das laterais. À noite, foi a vez de aparecer o oitavo ministro na campanha, Augusto Santos Silva.

Durante o dia, Pedro Marques teve pouco tempo para passar mensagens políticas. De manhã em Gondomar fez o tradicional apelo ao voto: “Por favor vote no domingo”. “Isabel” - vira-se para a candidata Isabel Santos. “Já sou o moreno simpático”, ri-se. Podem não saber o nome do candidato socialista, mas uma senhora já o reconhece, viu-o na televisão. À tarde, foi de Gaia ao Porto de metro e voltou a falar no sucesso dos passes sociais.

“Mais 30 mil novos carregamentos, 22% mais de utilizadores”, diz o autarca de Gaia. Até ao dia de hoje, a caravana do PS era a que já tinha feito mais quilómetros pelo país, ultrapassará, no final os 5200 quilómetros. Não é essa mensagem contraditória com a defesa do combate às alterações climáticas? “Não, porque eu quero falar com as pessoas. A questão da descarbonização é muito importante, mas eu tenho de falar com as pessoas, eu tenho de falar pessoalmente, é muito, muito importante. Há uma dimensão de contacto pessoal que é insubstituível”, diz. No futuro, talvez dê para mudar o estilo de campanha, assume numa conversa rápida com o PÚBLICO.

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