Cristas chama o caso Tancos à campanha para acusar Costa de não ter “honestidade política”

Líder do CDS diz esperar resposta de António Costa sobre o SIRESP “há 221 horas”.

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Assunção Cristas chamou ontem o roubo de equipamento militar em Tancos à campanha eleitoral para as europeias. Fê-lo no dia em que foi conhecido o teor das respostas do primeiro-ministro à comissão de inquérito e que, segundo a líder centrista, “tem tudo menos honestidade política”.

Num Jantar em Alcobaça, distrito de Leiria, considerou que o que aconteceu em Tancos foi “uma pouca-vergonha que escandalizou e continua a escandalizar o país”. Já sobre as respostas de Costa ao Parlamento, a líder centrista lembrou que o antigo ministro da Defesa sabia “da farsa encenada pela Polícia Judiciária Militar há um ano” e afirmou: “E o ministro sabia ou não sabia. Se sabia e informa o primeiro-ministro de algo tão sério e nada fez foi cúmplice e conivente e isso é inaceitável. Se não sabia, então aquele Governo é um Governo inexistente, incompetente e de tal forma deslaçado que admita que haja um ministro que não conta ao primeiro-ministro uma coisa tão grave.”

Por isso, acrescentou, que o primeiro-ministro “tem tudo menos honestidade política, tem tudo menos frontalidade, tem tudo menos honestidade intelectual”. “O Governo foi incompetente. Este é o primeiro-ministro que por vontade já não estava lá há muito tempo”.

Numa região muito fustigada pelos incêndios de 2017, Assunção Cristas lembrou que há nove dias tinha questionado António Costa sobre as condições do SIRESP no debate quinzenal no parlamento e que o primeiro-ministro ficou de lhe dar resposta em poucos dias. “Passaram 221 horas e ainda não obtive resposta. Tudo isto é incompetência.”

Já Nuno Melo, que começou de manhã a lançar farpas ao ministro da administração Interna, Eduardo Cabrita, continuou à noite.

Cabrita acusou o CDS de “estar a branquear a extrema-direita europeia” e o centrista não gostou. “O comissário socialista para a administração interna diz que PS está mais próximo hoje da CDU de Angela Merkel do que o CDS. Isto é uma espécie de confissão pós-troikiana de quem na oposição, dizia através de Pedro Nuno Santos, que ‘não pagamos a dívida e eles alemães até tremem, mas veja lá, passados alguns anos já estão próximos.”

“O PS não está próximo da CDU de Angela Merkel. Está próximo da CDU de Jerónimo de Sousa”, acrescentou.

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