Chef Mario Batali será acusado de agressão

Após a queixa de uma mulher que alega ter sido apalpada e beijada pelo chef norte-americano, Batali será acusado formalmente pela justiça norte-americana, na sexta-feira.

Foto
REUTERS/Brendan McDermid

Mario Batali deverá ser acusado de agressão sexual, no seguimento da queixa de uma mulher que alega ter sido apalpada e beijada pelo chef norte-americano, num restaurante em Boston, em 2017. De acordo com a Associated Press, Batali será acusado formalmente pela justiça norte-americana, na sexta-feira, em Boston. Segundo o The Boston Globe a queixa foi arquivada no mês passado e resultará na primeira acusação criminal a formalizar-se após as várias alegações de crimes sexuais que surgiram contra o famoso chef durante o movimento MeToo.

Na queixa feita à polícia, a mulher alega que o incidente terá acontecido a 21 de Março de 2017, no Towne Stove and Spirits, um bar em Boston — perto de um dos restaurantes da cadeia Eataly de Batali. Segundo a queixosa, depois de ter reconhecido o chef este aceitou tirar uma selfie consigo, colocando os braços à sua volta e depois apalpando-lhe o peito e começando a beijá-la na cara, ao mesmo tempo que tocava na zona dos genitais. Após ter-se afastado, este terá continuado a tocar-lhe na cara e terá ainda perguntado se esta queria ir com ele para um hotel. 

Batali veio negar estas alegações através do advogado, Anthony Fuller. “As alegações, feitas pela mesma pessoa sem novos fundamentos, não têm mérito. Ele [Mario Batali] tenciona lutar vigorosamente contra as alegações e nós esperamos que o resultado vindique inteiramente Batali”, afirma Anthony Fuller, por email à Associated Press.

Segundo o New York Times, três outras mulheres fizeram queixa à polícia de que Batali as tinha agredido sexualmente há anos, em restaurantes nova-iorquinos, dos quais o chef era dono ou investidor. Mas em Janeiro o departamento policial confirmou que tinha encerrado essas investigações por falta de provas.

Batali afastou-se da gestão do dia-a-dia dos seus negócios, incluindo vários restaurantes e o programa televisivo The Chew, no final de 2017, no seguimento de uma peça publicada pela Eater, que detalhava acusações de quatro mulheres, três das quais trabalharam para Batali. O chef não negou as alegações, afirmando que “correspondiam” a formas como se tinha comportado no passado. “Peço desculpa às pessoas que maltratei ou magoei”, afirmou ainda à publicação.

Outras figuras do mundo da gastronomia foram igualmente acusadas de crimes sexuais, no seguimento do MeToo, incluindo o chef norte-americano John Besh e o empresário de restauração Ken Friedman. As múltiplas alegações levaram até o chef Anthony Bourdain a pronunciar-se contra os colegas, posicionando-se “no lado das mulheres". “Estou furioso com o que vi de perto e com aquilo que tenho ouvido na primeira pessoa de muitas mulheres. Além disso (...), estou a olhar para trás na minha própria carreira e durante anos todas estas mulheres não falaram comigo”, afirmou à revista Slate, lamentando não ter sido “o tipo de pessoa” em quem confiavam para abordar estas situações.

Sugerir correcção
Comentar