Correios americanos experimentam camiões autónomos

Veículos vão fazer percursos de cerca de 1700 quilómetros. Mas haverá sempre alguém atrás do volante.

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A experiência durará apenas duas semanas Shannon Stapleton/Reuters

Durante duas semanas, algumas das cartas e encomendas nos EUA vão ser transportadas por camiões parcialmente autónomos ao longo de um percurso de cerca de 1700 quilómetros, entre as cidades de Dallas e Phoenix.

A experiência é uma de muitas que empresas e entidades públicas têm feito com uma tecnologia emergente e que promete transformar o transporte nas estradas, especialmente nas viagens longas e monótonas por auto-estradas que muitos condutores de camião têm de fazer e onde um veículo-robô já consegue conduzir-se sozinho na maioria das situações.

No projecto-piloto que arranca esta terça-feira, os Serviços Postais dos Estados Unidos – a entidade pública que assegura a distribuição de correio naquele país – vai usar camiões de grandes dimensões, desenvolvidos por uma startup chamada TuSimple.

Os camiões, no entanto, não são inteiramente autónomos. Haverá sempre duas pessoas dentro do veículo: um engenheiro e um motorista habilitado, que será responsável por conduzir o veículo nas ruas de cidades e noutras situações em que o veículo não possa operar sem controlo humano. As cidades – com o caos de peões, sinalização, obras e situações imprevistas – são um ambiente mais difícil para os automóveis autónomos do que auto-estradas com faixas delimitadas e sinalização mais visível.

A tecnologia de condução autónoma tem desafiado engenheiros, reguladores e legisladores, e tem sido alvo do investimento de várias empresas: desde os fabricantes tradicionais de carros, que progressivamente estão a incorporar tecnologias de ajuda à condução nos modelos que vendem, até startups e multinacionais tecnológicas.

Recentemente, o presidente da Tesla, Elon Musk, afirmou que pretende que todos os carros da marca tenham capacidade de condução autónoma e antecipou uma frota de táxis-robô já para 2020. Na visão de Musk, estes carros sem condutor poderiam ser usados através de uma plataforma semelhante à Uber quando os proprietários não precisassem deles.

A Uber também tem feito experiências com carros autónomos. No ano passado, um acidente com um destes carros matou uma pessoa. Alguns Tesla em modo de piloto-automático também já tiveram acidentes em que o condutor acabou por morrer (em alguns casos, pelo menos, foi ignorado o aviso ao condutor de que deveria manter as mãos no volante).

Em Portugal, já foram feitos testes com veículos autónomos. Este mês, por exemplo, Cascais testou um pequeno autocarro eléctrico sem condutor.

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