Manuela Ferreira Leite acusa Governo de levar país à desagregação

Sobre Mário Centeno, a ex-líder do PSD disse que é “um dos pontos mais frágeis e mais perigosos na política e no crescimento”

Manuela Ferreira LEite juntou-se à campanha de Paulo Rangel
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Manuela Ferreira LEite juntou-se à campanha de Paulo Rangel LUSA/TIAGO PETINGA
Ex-líder do PSD criticou o Governo
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Ex-líder do PSD criticou o Governo LUSA/TIAGO PETINGA

A ex-presidente do PSD Manuela Ferreira Leite defendeu nesta terça-feira que a falta de investimento público está a “levar o país à desagregação”, uma situação que disse estar “à vista” e que o Governo tem dificuldades em “escamotear e encobrir”.

Intervindo num almoço-comício do PSD, em Ansião, Manuela Ferreira Leite defendeu que o “tipo de política” que o Governo está a fazer, em que “basicamente o investimento que está a ser feito não chega”, está “a levar o país à desagregação”.

“Está à vista de todos, mas também percebo a preocupação dos responsáveis do Governo neste momento. É que é muito difícil escamotear e encobrir tudo aquilo que está à vista”, disse Manuela Ferreira Leite, aplaudida pelos militantes sociais-democratas.

A ex-ministra das Finanças referiu-se a Mário Centeno, actual titular da pasta e que é presidente do Eurogrupo, considerando que é “um dos pontos mais frágeis e mais perigosos na política e no crescimento” do país.

“Porque tudo aquilo que neste momento se passa no Eurogrupo, a que o nosso ministro das Finanças preside, significa que a política que está a ser seguida só tem motivos para ser reforçada”, antecipou.

Noutro ponto do seu discurso, a ex-presidente do partido criticou directamente António Costa, afirmando que “não é aceitável” e é “lastimável” que um primeiro-ministro diga “que não sabe” o que os eurodeputados “faziam no Parlamento Europeu”.

Considerando que António Costa tem muitas “frases infelizes”, mas que esta “foi a maior das infelicidades”, Manuela Ferreira Leite frisou que “se não sabia, tinha a obrigação de saber”.

“Não é aceitável que haja um primeiro-ministro de um país, em que o país participa nas decisões que se passam nesse fórum, que haja tantos problemas importantíssimos, dos quais nós temos tido também um papel muito importante na resolução desses problemas, e que diga que não ouviu falar de nada”, declarou.

Sobre as eleições europeias, Manuela Ferreira Leite apelou para que os portugueses “estejam atentos”, porque há “sintomas” de que o processo europeu, que tem sido “positivo”, pode “não continuar neste ritmo tão positivo”.

Além da saída do Reino Unido da União Europeia, outro factor de preocupação é o possível reforço de posições extremistas no Parlamento Europeu que podem “abanar” o pilar democrático da Europa.

“Existem certas forças que têm vindo a tomar conta de determinados países e que vão ter repercussão na composição do Parlamento Europeu”, advertiu, frisando que não se refere apenas “aos extremismos de direita”, mas também aos “extremismos de esquerda”.

“É bom que tenhamos essa consciência para não pensarmos que os extremismos de esquerda podem resolver de alguma forma aquilo que é o perigo dos extremismos de direita”, advertiu, considerando que os “extremismos de esquerda vão lá para criticar”.

Manuela Ferreira Leite, que entrou para o almoço em Ansião ao lado de Paulo Rangel, manifestou “grande apoio” à “lista de luxo” social-democrata ao Parlamento Europeu, admitindo “alguma emoção” por estar a participar na iniciativa de campanha do PSD.

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