Cinco trabalhos para recordar Niki Lauda (1949-2019)

O acidente, a recuperação, as conquistas, o filme, a doença e as reacções à morte. O tricampeão de Fórmula 1 Niki Lauda morreu na noite de segunda-feira aos 70 anos. Recorde as duas vidas do piloto austríaco e a memória destas através do cinema e dos tributos dos seus colegas e adversários.

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Niki Lauda e Clay Regazzoni (à esquerda) EPA
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Com Clay Regazzoni e Emerson Fittipaldi no Grande Prémio de Espanha EPA
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Grande Prémio de Monza, 1975 Getty images
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Troféu no Grande Prémio de Austria em 1975 Getty images
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Com Juan Manuel Fangio e Phil Hill em Long Beach, Estados Unidos em 1976, ano em que Lauda sofre um grande acidente Getty images
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1976: o acidente de Hunt, em que é desqualificado dois meses depois, dá vitória a Lauda. Nesse ano, Niki Lauda tem um grande acidente getty images
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Com Hunt e Scheckter Getty Images
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Com Ayrton Senna em 1984 Paul-Henri Cahier/Getty Images
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À conversa com Michael Schumacher e director técnico da Ferrari Ross Brown para o GP Áustria reuters
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Casado por duas vezes (na fotografia, com Marlene) foi pai de cinco filhos, incluindo Mathias Lauda, piloto da Aston Martin no Campeonato Mundial de Resistência getty images
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Na apresentação do seu livro, Áustria reuters
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Em 2014 na corrida Red Bull, Áustria EPA/HANS KLAUS TECHT
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Com o piloto da Ferrari Eddie Irvine no GP da Austrália Darren McNamara/REUTERS
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Fundou as companhias aéreas Lauda Air e Niki, entretanto extintas REUTERS/Heinz-Peter Bader
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Era desde 2012 director não executivo da equipa da Mercedes EPA/DAVID EBENER

O piloto que viveu duas vezes

O grave acidente de 1976, as cicatrizes que daí resultaram, e a extraordinária recuperação que protagonizou ajudaram a construir a lenda em torno do piloto mais rápido do seu tempo. Mas há também os números de uma carreira que se estendeu durante 13 anos (ou dez, descontando os três de interregno): o austríaco disputou 171 corridas, obteve 24 pole positions, somou 25 vitórias, num total de 54 subidas ao pódio, e sagrou-se três vezes campeão de Fórmula 1 por duas equipas distintas. Tiago Pimentel assina o obituário de Niki Lauda.

As reacções à perda de “um farol” do automobilismo

Num meio repleto de egos, rivalidades e duelos milionários, a hora é de unanimidade em torno de Niki Lauda. De Damon Hill a Luca di Montezemolo, passando por Nico Rosberg, a Fórmula 1 desfaz-se em elogios pelo desportista e pelo homem. “Niki vai perdurar sempre como uma das grandes lendas do nosso desporto – ele combinava heroísmo, humanidade e sinceridade dentro e fora do cockpit”, disse por exemplo Toto Wolff, director-executivo da Mercedes. Leia mais reacções.

Uma rivalidade lendária no grande ecrã

“Mozart versus Salieri. Kennedy versus Khrushchev. Gates versus Jobs”. E Lauda versus Hunt, James Hunt. O austríaco e o britânico protagonizaram talvez a mais memorável rivalidade do desporto automóvel, que por sua vez foi protagonista daquele que é considerado o melhor filme alguma vez feito sobre a Fórmula 1, Rush – Duelo de Rivais, de Ron Howard. Hunt (Chris Hemsworth) acabou por ser o rosto principal nos cartazes e no trailer  – um galã loiro “larger than life”, um piloto hedonista que viveu rápido e morreu novo. Mas foi Lauda (Daniel Brühl) a grande revelação para um público mais vasto – um austríaco com fama de homem frio e distante, aqui descascado e mostrado no seu lado mais humano, na penosa recuperação do grave acidente de 1976, e na amizade discreta mas franca que mantinha com o seu maior adversário em pista. A Joana Amaral Cardoso escreve-nos sobre o filme.

A última batalha de Lauda

O piloto austríaco será tão recordado pelas vitórias como por um dos seus momentos mais trágicos: o horrífico acidente de 1976 em Nürburgring, em que ficou gravemente queimado e com profundas sequelas. Niki Lauda conseguiu vencer essa primeira grande batalha pela vida e regressou ao seu monolugar em poucas semanas. Mas para além das cicatrizes na cara e na cabeça, que disfarçava com o seu icónico boné vermelho, o piloto ficaria com sérios problemas de saúde para o resto da vida, sobretudo nos pulmões. Em Agosto de 2018, aos 69 anos, Lauda foi submetido a um transplante pulmonar. A recuperação é difícil e o seu regresso ao paddock é sucessivamente adiado. “Em situações como esta, só se pode fazer uma coisa: lutar. Foi sempre aquilo que eu fiz e continuo a fazê-lo”, disse numa entrevista em Fevereiro. Lutou até esta segunda-feira. Leia a cronologia da batalha.

Uma carreira e uma vida em imagens

Recorde os triunfos de Niki Lauda e os encontros com Fittipaldi, Fangio, Hunt e Senna e Schumacher. Veja a fotogaleria.

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