PCTP/MRPP diz que há “perfeita descrença nas eleições europeias”

Eleito do partido não colaborará com o Parlamento Europeu, acuará para desmantelar uma “União absolutamente reaccionária”.

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Luís Júdice numa acção de campanha LUSA/RODRIGO ANTUNES

O cabeça de lista do PCTP/MRPP, Luís Júdice, afirmou esta segunda-feira em Setúbal que há uma “perfeita descrença nas eleições europeias” por parte dos trabalhadores e do povo, face à austeridade que é imposta aos portugueses pela União Europeia.

“Há uma perfeita descrença nas eleições europeias, o que configura aquilo que já disse há alguns dias: que amor com amor se paga. Ninguém consultou os trabalhadores e o povo sobre a entrada na Comunidade Económica Europeia, sobre a adesão de Portugal à moeda única, e agora o povo retribui na mesma moeda, com indiferença total em relação às eleições europeias”, disse à agência Lusa Luís Júdice, depois de uma acção de campanha junto de trabalhadores da Lisnave e na baixa de Setúbal.

Para o cabeça de Lista do PCTP/MRPP, os trabalhadores e o povo português “não vêem na Europa qualquer solução paras as suas preocupações, para o seu dia-a-dia”.

“Pelo contrário, vêem que estão sempre sujeitos a uma austeridade que lhes é imposta do exterior, porque nós abdicámos na nossa soberania, quer a nível orçamental quer, sobretudo, a nível da moeda. Somos candidatos ao Parlamento Europeu, mas somos o único partido que defende que é para sair na União Europeia e do euro”, disse.

“O nosso programa de acção visa que, mesmo que seja eleito um deputado do PCPT/MRPP ao Parlamento Europeu, não é para colaborar com o Parlamento Europeu,é para utilizar todas as plataformas que forem obrigados a pôr à nossa disposição, para promover a unidade a nível dos povos europeus, para o desmantelamento daquilo que consideramos que é uma União absolutamente reaccionária e contra os povos”, sublinhou Luís Júdice.

O candidato do PCTP/MRPP salientou ainda que os defensores da União Europeia “falam de convergência e progresso social” e contrapõe com os “113 milhões de europeus a viver na pobreza e 32 milhões de trabalhadores, que, apesar de trabalharem e terem um rendimento de trabalho, estão à porta da pobreza”.

“Estes dados não são do PCTP-MRPP, são do Eurobarómetro. São dados insuspeitos, não fomos nós que os fabricámos. Esta é a Europa da convergência e do progresso que têm para nos oferecer. É a Europa da austeridade. Como não podemos exigir sobre o Euro e não temos moeda própria, somos obrigados a uma armadilha diferente: como não é possível fazer-se uma desvalorização da moeda, faz-se a desvalorização do trabalho e do tempo de trabalho”, concluiu o cabeça de lista do PCTP/MRPP

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