Passos é recebido em festa na campanha de Rangel e acusa Costa de ser “ilusionista”

Ex-primeiro-ministro diz que a dupla “Costa/Centeno” não reage quando é colada a “Passos/Gaspar”.

Paulo Rangel com Passos Coelho
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Paulo Rangel com Passos Coelho LUSA/TIAGO PETINGA
Campanha do PSD andou por Cascais
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Campanha do PSD andou por Cascais LUSA/TIAGO PETINGA
Paulo Rangel viajou de comboio e carro autónomo
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Paulo Rangel viajou de comboio e carro autónomo LUSA/TIAGO PETINGA

Foi recebido de forma calorosa e aproveitou o ânimo da sala para denunciar os “ilusionistas” que são os socialistas no Governo que nem “reagem” quando os comparam à dupla “Gaspar/Passos”. O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho juntou-se nesta segunda-feira à campanha de Paulo Rangel, em Cascais, deixando generosos elogios ao candidato do PSD.

Num almoço com dezenas de apoiantes, num restaurante em Bicesse, o ex-líder social-democrata construiu um discurso em torno dos “ilusionistas” que responsabilizam as “instituições europeias” quando algo corre mal ou que mudaram de opinião ao longo dos últimos quatro anos. “Há membros do Governo que ameaçavam banqueiros alemães. São os mesmos que hoje se orgulham da responsabilidade orçamental”, atirou Passos Coelho, apontando que o orgulho é “tanto” que “nem reagiram” quando os jornais noticiaram que Costa/Centeno andavam a fazer de conta que eram Gaspar/Passos”.

Como exemplo da sua mensagem, o ex-primeiro-ministro apontou a evolução da opinião sobre os estaleiros de Viana do Castelo - “os mesmos que fizeram funerais aos estaleiros são os mesmos eu vão lá dizer que são fantásticos” – mas também a situação do Serviço Nacional de Saúde ou dos impostos. “Os que criticavam a degradação do Serviço Nacional de Saúde são os que aumentam a dívida. Hoje investe-se menos no SNS do que no tempo em que fui primeiro-ministro e não havia dinheiro”, afirmou. É aí que está o “truque e o ilusionista”. Estão “naqueles que disseram que acaba a austeridade, mas têm mais cativações”, “mais quebra e investimento” e a mais alta carga fiscal em democracia”. Passos Coelho devolveu a célebre frase do ministro Vítor Gaspar do “enorme aumento de impostos” com outra: “Eles são os campeões da carga fiscal em Portugal”.

Sem nunca dizer António Costa ou Pedro Marques, Passos Coelho foi arrancando palmas vigorosas da sala. E quando acabou de falar ouviu-se: “Passos amigo, Cascais está contigo”. 

Paulo Rangel aproveitou a presença de Passos Coelho para falar de outras ausências na campanha do PS: “Não somos os socialistas, não precisamos de esconder os nossos antigos líderes”, disse. 

O dia de campanha começou perto da hora de almoço com uma viagem de comboio entre o Cais do Sodré e Carcavelos, mas nas carruagens viajavam sobretudo turistas estrangeiros. Rangel distribuiu panfletos e canetas mas em contactos curtos, já que os eleitores portugueses eram escassos. Durante a viagem, o candidato aproveitou para falar aos jornalistas do “caos” nos transportes públicos por causa do “desinvestimento”, o “legado” do ex-ministro Pedro Marques. Uma imagem que, ali, àquela hora, não se viu.

Depois, Paulo Rangel seguiu para uma curtíssima visita à Universidade Nova SBE, em Oeiras. Primeiro a pé e depois no primeiro veículo autónomo em Portugal, que está em fase experimental, e que servirá para transportar sobretudo os alunos entre a universidade e a estação de comboio. Com capacidade para 15 pessoas, o veículo, que recorre a radares e sensores para se deslocar, quase dispensa o operador (mas não foi o caso de hoje) e ainda não faz todo o trajecto por razões legais. Mesmo assim lá levou Paulo Rangel e a comitiva até à universidade.

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