Embaixador dos EUA em Pequim vai visitar o Tibete

Anúncio é feito num momento de tensão entre os EUA e a China, de costas voltadas por causa das trocas comerciais. Washington vai negar vistos a responsáveis chineses que limitem entrada de estrangeiros no Tibete.

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O embaixador vai visitar sítios religiosos e culturais LUSA/RAJAT GUPTA

O embaixador norte-americano em Pequim, Terry Branstad, vai visitar o Tibete esta semana. É a primeira visita de um embaixador norte-americano àquela região desde 2015 e surge num momento de tensão nas relações comerciais entre os EUA e a China.

“Esta visita é uma oportunidade para que o embaixador possa falar com os líderes locais sobre as restrições à liberdade religiosa e a preservação da cultura e da língua tibetanas”, disse um porta-voz do Departamento de Estado numa nota enviada à agência Reuters.

Em Dezembro, os EUA aprovaram uma lei que força os seus embaixadores a negarem visto a chineses responsáveis por “restringir o acesso” de estrangeiros ao Tibete, uma medida que foi muito criticada pelo Governo chinês.

Pequim denunciou a lei norte-americana como uma intromissão nos assuntos internos da China e avisou que poderia causar “graves danos” às relações entre os dois países.

A visita do embaixador chinês prolonga-se por toda a semana, até sábado, e inclui reuniões oficiais e passagens por sítios religiosos e culturais.

A tensão entre os EUA e a China tem subido nos últimos tempos, no meio de uma guerra comercial. Na sexta-feira, o Governo chinês disse que um possível regresso das duas partes à mesa de negociações só seria produtivo se Washington “mudasse de rumo”.

E no domingo, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse ao secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que as recentes declarações e acções dos EUA estão a prejudicar as empresas chinesas, e que a Casa Branca devia mostrar mais contenção.

Apesar da subida da tensão entre os dois países, o Presidente Donald Trump ainda não manifestou o seu apoio aos apelos de alguns membros do Congresso que defendem a imposição de sanções ao antigo responsável da China no Tibete, Chen Quanguo, pela forma como é tratada a minoria muçulmana na região de Xinjiang – onde Chen é agora o representante máximo do partido comunista.

Em Março, o Departamento de Estado norte-americano acusou o responsável chinês de aplicar em Xinjiang as mesmas políticas que limitaram a oposição tibetana ao domínio chinês.

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