Fazer dos monumentos hotéis: o programa Revive tem oito concursos abertos e 16 por lançar

O Castelo de Portalegre e o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova em Coimbra são alguns dos edifícios que o Estado ainda vai incluir no programa, que já atribuiu sete concessões a privados para turismo.

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O Mosteiro de Santa-Clara-a-Nova, em Coimbra, é um dos projectos do Revive SERGIO AZENHA

Conventos, palácios, castelos, fortes e quintas: apresentado em Setembro de 2016, o programa Revive é a mais recente medida do Estado para gerir, manter e rentabilizar o património através de concessões a privados para fins turísticos. São 33 edifícios emblemáticos, alguns dos quais classificados como monumentos nacionais, e se ainda há 16 concursos por lançar, há oito em curso e nove já concluídos – mas dois deles não terão encontrado interessados.

O objectivo é recuperar o património, dar-lhe nova vida, através de concessões por períodos entre 30 e 50 anos que envolvem diferentes encargos (entre os quais o pagamento de rendas anuais) e uma linha de crédito de 150 milhões de euros. Um dos últimos concursos lançados é o do Paço Real de Caxias (Oeiras), que tem um valor base de renda anual de 174,9 mil euros. É um dos oito edifícios com concursos abertos, juntando-se ao Castelo de Vila Nova de Cerveira (renda mínima anual de 13.260 euros), Convento do Carmo (Moura), Mosteiro de Lorvão (Penacova, renda mínima anual de 33.168 euros), Quinta do Paço de Valverde (Évora, renda mínima 10 mil euros), Casa de Marrocos (Idanha-a-Velha, renda mínima de 25 mil euros), Quartel do Carmo (Horta, Açores) e Quartel da Graça (Lisboa, renda anual mínima de 332.604 euros).

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Já encerrados estão nove concursos, com o grupo hoteleiro Vila Galé a ter sido o vencedor do primeiro dos 33 Revive, para a transformação do Convento de São Paulo (Elvas), e a ter também ficado com a concessão da Coudelaria de Alter, em Alter do Chão; são os únicos empreendimentos cujas obras, segundo o site do Revive, já começaram. Também já entregues estão as concessões do Hotel Turismo da Guarda (MRG Property e MRG Construction), do Mosteiro de Arouca (Mesquita de Sousa Hotels & Resorts), do Convento de Santo António dos Capuchos (Leiria), para o Consórcio Hotel Convento dos Capuchos, e do Convento de Santa Clara (Vila do Conde), para o grupo hoteleiro Slicedays. O grupo Visabeira reabilitará e explorará um hotel de cinco estrelas no Pavilhão do Parque D. Carlos I (Caldas da Rainha). Sem interessados ficou o Colégio de São Fiel (Castelo Branco) e o prazo do Convento de São Francisco (Portalegre) findou sem ter sido revelado qualquer vencedor.

A adjudicação destes sete contratos significou um investimento de 54 milhões de euros, disse em Abril o ministro da Economia, que em Dezembro tinha prometido lançar os concursos para os 16 edifícios restantes até ao final de 2019. Pedro Silva Vieira tinha avançado ainda que, terminada esta fase do Revive, 15 novos edifícios serão abrangidos pelo programa. Estão ainda por abrir os concursos relativos aos fortes de São Roque (Lagos), Santa Catarina (Portimão), da Ínsua (Caminha), da Barra de Aveiro, do Rato (Tavira), do Guincho (Cascais) e de São Pedro (Cascais), bem como dos palácios de Manique do Intendente (Azambuja) e das Obras Novas (Azambuja). Também por iniciar estão os concursos do Santuário do Cabo Espichel e dos mosteiros de São Salvador de Travanca (Amarante), de Santo André de Rendufe e de Sanfins de Friestas (Valença), bem como os do Castelo de Portalegre, dos Armazéns Pombalinos (Vila do Bispo) e do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra.

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