Coordenadora das comissões de trabalhadores apoia manifestações na AG do BCP

A coordenadora das comissões de trabalhadores (CT) da banca declarou o seu apoio às manifestações marcadas para o dia da assembleia geral do BCP, que terão lugar na quarta-feira, foi hoje divulgado.

Foto
LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

De acordo com uma nota a que a agência Lusa teve acesso, “a comissão coordenadora das CT da banca vem por este meio solidarizar-se com os trabalhadores do Millennium BCP, para que seja rapidamente reparada a injustiça por que estão a passar, uma vez que são alheios e em nada contribuíram para a origem dos problemas que o banco passou”, divulgou o organismo.

A comissão coordenadora das CT da banca, que federa as comissões de trabalhadores do Novo Banco, Santander Totta, BPI, Banco de Portugal, CGD e Montepio, “apela a todas as comissões de trabalhadores da banca para se solidarizarem e participarem numa iniciativa que é partilhada pela grande maioria dos sindicatos bancários”.

Os trabalhadores do BCP manifestam-se no dia 22 em frente às instalações do banco no Taguspark, em Oeiras, contra a “estagnação remuneratória” e exigindo a devolução “na íntegra” dos cortes salariais de 2014 a 2017, anunciou hoje fonte sindical.

Em comunicado, a União dos Sindicatos Independentes (USI) manifesta o seu apoio a esta manifestação, que diz ser organizada pelos sindicatos Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) e Independente da Banca (SIB), seus filiados, e ainda pelo Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), e que coincide com a assembleia-geral anual de accionistas do BCP.

Entretanto, o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) apelou também à participação dos trabalhadores e reformados do BCP seus associados na manifestação de protesto que está marcada para quarta-feira.

O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) irá marcar igualmente presença.

Na última sexta-feira foi ainda anunciado que o SBN e o BCP vão ter uma reunião de conciliação sob a mediação do Ministério do Trabalho no dia 24 de Maio, no Porto, sobre o conflito relativo a aumentos salariais.

O BCP reduziu milhares de trabalhadores nos últimos anos e entre meados de 2014 e meados de 2017 cortou as remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais (entre 3% e 11%), no âmbito do plano de reestruturação acordado com Bruxelas que se seguiu à ajuda estatal (de 3.000 milhões de euros).

Os cortes salariais acabaram em Julho de 2017, tendo então o banco dito que permitiram salvar 400 postos de trabalho.

Então, o BCP prometeu devolver aos trabalhadores o valor cortado nesses anos, indo à próxima assembleia-geral a proposta de compensação de 12,6 milhões de euros.

Miguel Maya disse, em 9 de Maio, na apresentação de resultados do primeiro trimestre, que a proposta de compensação aos trabalhadores é “mais generosa” do que a proposta de dividendos aos accionistas.

Sobre a revisão do acordo de empresa, que está a ser negociada com os sindicatos, Miguel Maya não adiantou então detalhes, dizendo apenas que o processo decorre.

O BCP tinha 7262 trabalhadores em Portugal no final de Março.

Sugerir correcção
Comentar