Cartas ao director

Comissões de inquérito

Temos sabido de muita gente que é ouvida em comissões parlamentares, criadas para o efeito, que nos surpreende assustadoramente. Desde pessoas que se lhes dá uma amnésia total, outros que trocam tudo, e mais o que possa acontecer, e agora um [Joe Berardo] que enxovalhou todos os deputados e deputadas presentes, com toda a naturalidade.

E, se o efeito prático destas audições é nulo, talvez fosse conveniente deixarem de existir, dado que aportam uma ideia tão negativa do que acontece no Parlamento, e de como alguém se permite com um largo sorriso nos lábios tratar de forma tão pouco abonatória os nossos eleitos com o poder legislativo.

Ninguém, seja quem for, pode faltar tão descaradamente ao resguardo pelo lugar. Perde-se genericamente a noção de que se está num local de respeitabilidade para o país, e não numa festa de graçolas. E aqui terão todos os deputados de repensar o que fazer. Caso queiram continuar a realizar estas audiências, quando for ultrapassado o limite do bom senso e do respeito a pessoa tem ser devidamente posta na ordem. Esperemos que alguma coisa seja feita, para nunca mais acontecer algo de semelhante, que só desconsiderou o Parlamento, o que nunca deveria ter acontecido. Queremos ou não democracia? Queremos ou não dignificar os seus valores? Queremos saber estar, onde o respeito e os valores, a tal nos compelem?

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

Europa, candidatos e salários

É normal que perante a polémica sobre os vencimentos dos eurodeputados os cidadãos se interroguem sobre o porquê daqueles valores, os quais são um enorme atractivo para tantos candidatos, quando alguns dos mesmos até já se manifestaram em algumas ocasiões contra a permanência do nosso país na União Europeia, o que não parece ser uma posição coerente com a sua candidatura aos órgãos europeus.

A defesa e os interesses de Portugal precisam de ser salvaguardados na comunidade de que o nosso país faz parte, sendo que para tal é necessário que mais do que aspirações ao lugar de deputados europeus os candidatos assumam a responsabilidade dos cargos que vão ocupar, e possam em conjunto fazer com que Portugal, integrado na Comunidade Europeia, não seja apenas um país de deveres mas também de direitos.

A eleição de deputados para o Parlamento Europeu deveria obedecer a critérios, tais como a avaliação prévia do percurso, e trabalho consistente e notório, que justifique a sua escolha nos órgãos da máquina partidária para uma candidatura à Europa, e onde o trabalho escrutinado possa explicar os elevados salários dos seus eleitos, numa Europa de vaidades que vê com bons olhos a evolução económica portuguesa, mas incapaz de impor medidas para travar a corrupção, colocar um fim às desigualdades, e tornar este país num Portugal mais europeu.

Américo Lourenço, Sines




 
























 

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