Kompany deixa o City em sobressalto: vai ser treinador-jogador do Anderlecht

Sem precedentes, o capitão do Manchester City anunciou que está de saída para regressar ao clube belga que o formou para um cargo surpreendente. A “culpa” é de Guardiola.

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Vincent Kompany com a Taça de Inglaterra, conquistada este sábado pelo Manchester City, frente ao Watford (6-0) Reuters/DAVID KLEIN
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A última festa de Kompany no Manchester City Reuters/TOBY MELVILLE
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A última festa de Kompany no Manchester City EPA/NEIL HALL
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Vincent Kompany, capitão, levantou pela quarta vez a Premier League do Manchester City Reuters/TOBY MELVILLE
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Vincent Kompany com a Taça de Inglaterra, conquistada este sábado pelo Manchester City, frente ao Watford (6-0) EPA/NEIL HALL

Vincent Kompany anunciou este domingo que vai deixar o Manchester City para regressar onde iniciou a carreira: à Bélgica, para o Anderlecht. Enquanto a saída do capitão dos “citizens” já estava a chocar muitos adeptos, o defesa surpreendeu ainda mais tudo e todos ao anunciar que irá ser treinador-jogador do clube belga num contrato válido para as próximas três temporadas.

Enquanto o Manchester City anunciava a saída do jogador, Kompany recorreu às redes sociais para se despedir dos adeptos e agradecer por tudo o que o clube lhe deu. Num longo comunicado, dividido em duas partes, o jogador destacou a grande temporada que a equipa fez, especialmente por conseguir um triplete doméstico inédito e o bicampeonato inglês.

Sobre a nova função a partir da próxima temporada, o jogador esclarece que foi a “decisão mais racional” e também “ambiciosa” que já tomou na vida e explicou como teve conhecimento da proposta invulgar: “No última paragem para as selecções do ano passado, visitei o centro de treinos do Anderlecht, e o director desportivo Michael Verschueren pediu a minha opinião sobre as dificuldades que o clube estava a ultrapassar. Partilhei os meus pensamentos (...) e ofereci a minha ajuda caso precisassem. Há pouco tempo, recebi uma chamada do Anderlecht e, inesperadamente, ofereceram-me o cargo de treinador-jogador explicando como iria essa função ser posta em prática. Para além de ficar impressionado, fiquei intrigado por este sinal de confiança.” 

O jogador não escondeu que a proposta deixou-o a pensar até decidir que iria aceitar o desafio. “Quero partilhar o meu conhecimento com futuras gerações" e agradeceu a Pep Guardiola, um “treinador incrível” que “reacendeu” o seu amor pelo jogo e o fez “testemunhar, participar, analisar, absorver e estudar” que o “futebol que aprendeu no Manchester City” é aquele que quer ensinar.

Para a história da passagem de jogador de 33 anos no Manchester City, onde foi uma das primeiras aquisições após o investimento milionário que o clube recebeu, foram 360 jogos, 20 golos, quatro campeonatos, quatro taças da liga, duas taças de Inglaterra e duas supertaças. Ao serviço do Anderlecht entre 2003 e 2006, Kompany conquistou dois campeonatos pelo Anderlecht, que este ano ficou atrás do Genk.

Elogios a Bernardo Silva

Após a conquista do campeonato inglês de 2017/18, o Manchester City lançou um documentário sobre a caminhada para alcançar esse título e a história que o clube tem para contar. Vincent Kompany foi um dos principais rostos de All or Nothing para explicar a nova realidade nas instalações deste emblema da cidade de Manchester.

Um dos episódios do documentário, produzido pela Amazon Prime Video, mostra os bastidores de uma acção de campanha de Kompany, onde se simulou uma conferência de imprensa feita por crianças ao jogador que acabou numa campanha anti-racismo. Quando perguntaram quem é que o jogador gostaria de conhecer, este respondeu Nélson Mandela, justificando-se com a história do ex-presidente da África do Sul até que uma criança pergunta: “Que crimes ele cometeu?”. O belga, que se revê nas acções de Mandela, respondeu: “O crime dele era ser negro.”

Com “muitos anos de casa” e reconhecimento de liderança no balneário do Manchester City, Kompany falou recentemente sobre Bernardo Silva, um dos jogadores em destaque este ano em Inglaterra. “Costumo dizer-lhe que ele é 50% palhaço e 50% líder. Quando passar a ser só 25% palhaço e 75% líder, será o capitão desta equipa”, disse o central ao canal francês RMC Sport na segunda-feira.

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