A comunidade surda preferia ser vista como “uma minoria cultural e linguística”

Amílcar José Morais, que ocupa o 10.º lugar nas listas do Bloco de Esquerda às eleições europeias, quer pôr os direitos da comunidade surda na agenda política.

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Amílcar Morais Rui Gaudêncio

Tem 43 anos e é professor de Língua Gestual Portuguesa (LGP). Nasceu surdo, não gosta que lhe chamem surdo-mudo, porque não o é, nem que lhe falem em linguagem gestual. A terminologia correcta é língua. Surdidade, construção social para a comunidade surda é o título da tese de mestrado que Amílcar José Morais fez no ISCTE, que disponibilizou intérpretes nas aulas. É vice-presidente da Federação Portuguesa das Associações de Surdos e colaborador da Comissão para a Defesa da Língua Gestual Portuguesa. Vive em Sintra, é casado, tem um filho. Já foi candidato do Bloco nas eleições autárquicas, agora vai em 10.º na lista às europeias e na quinta-feira subiu ao palco, durante um comício de campanha, para discursar, em Coimbra. Lamenta que ainda seja preciso insistir na presença de intérpretes nos debates entre candidatos e, no fim desta entrevista, percebeu que se tinha esquecido de contar que a cabeça de lista do BE, Marisa Matias, só participaria se as televisões tal acautelassem. Esta entrevista foi feita com a intérprete de LGP Ana Sofia Fernandes.

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