Igreja francesa recebeu filhos de padres

Três membros da organização Filhos do Silêncio foram recebidos por um representante da Conferência Episcopal de França.

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Durante muito tempo os Filhos do Silêncio tiveram de viver na sombra, escondidos por serem fruto do pecado Stephane Mahe/REUTERS

Um representante da Conferência Episcopal de França (CEF), organização que reúne todos os bispos e cardeais da Igreja Católica do país, recebeu três membros dos Filhos do Silêncio, associação que agrupa uma cinquentena de filhos de padres e freiras, num gesto que é considerado um passo para o reconhecimento da sua existência pela Igreja Católica.

A reunião de 4 de Fevereiro, na sede da conferência episcopal, foi confidencial, razão pela qual só agora se soube publicamente da sua existência através de uma notícia do jornal Le Monde.

Durante uma hora e meia, o secretário-geral da CEF, Olivier Ribadeau-Dumas, ouviu as histórias que os Filhos do Silêncio tinham para contar sobre um tema que ainda continua a ser tabu na Igreja Católica.

“Foi um momento muito emocionante”, contou ao diário francês Anne-Marie Jarzac, reformada de 67 anos que é filha da relação entre um padre e uma freira. “Pela primeira vez senti que a Igreja nos abria a porta, que não havia mais negação, mas uma escuta e uma tomada de consciência daquilo por que passámos”, disse.

Nessa conversa, considerada “cordial e construtiva”, o padre Ribadeau-Dumas ouviu com atenção os sofrimentos desses homens e mulheres que a Igreja sempre escondeu por serem fruto do pecado.

O porta-voz dos bispos e cardeais propôs que os filhos de padres se encontrem com os bispos encarregues da formação nas próximas reuniões da comissão episcopal para os ministros ordenados e leigos em missão eclesiástica, de modo a que aqueles possam ouvir em primeira mão os seus testemunhos. A primeira reunião acontecerá a 13 de Junho.

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