Paulo Rangel à caça dos votos nos territórios de baixa densidade

Cabeça de lista do PSD reuniu-se com uma dezena e meia de agricultores, produtores de frutos secos, azeite e queijo da Serra e também exportadores de ovos biológicos, em Celorico da Beira, e prometeu ajudá-los.

Paulo Rangel andou em territórios de baixa densidade
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Paulo Rangel andou em territórios de baixa densidade LUSA/TIAGO PETINGA
PSD prometeu ajuda aos empresários
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PSD prometeu ajuda aos empresários LUSA/TIAGO PETINGA
Campanha no interior
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Campanha no interior LUSA/TIAGO PETINGA

O cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, optou esta sexta-feira por uma forma mais intimista de fazer campanha no dia em que se reuniu, em Celorico de Basto, no distrito da Guarda, com agricultores e produtores da área da agro-pecuária que se queixaram amargamente das dificuldades que sentem para viverem no interior do país.

Antes do almoço, os convidados de Paulo Rangel expuseram as suas preocupações e traçaram um cenário muito negro da região no que diz respeito à agricultura, à desertificação, mas também à falta de mão-de-obra e ao “excesso de burocracia por parte da União Europeia para verem aprovadas as suas candidaturas.

“É fundamental, quando se está a fazer uma campanha eleitoral, não trabalhar apenas para os sítios onde há votos”, começou o candidato na intervenção que fez durante almoço, frisando que “é muito importante que percebamos que, se os políticos em campanha se limitarem a ir apenas aos sítios onde está a concentração de votos, é evidente que o país vai continuar neste desequilíbrio enorme entre litoral e interior em que todos perdem”.

Antes, Rangel tinha explicado que dedicou os dois dias últimos dias de campanha aos terrenos de baixa densidade, contraindo a tendência de só fazer campanha nas zonas onde há votos. “Aquilo que nos importa perceber é quais são os problemas do país - que são problemas nacionais - e explicar que se se investisse nessas zonas muitos dos problemas que existem no litoral que desapareciam”, observou o candidato, referindo que por causa da desertificação, o “litoral tem custos de capitalidade devido à sobrecarga da população”.

Segundo Paulo Rangel, a missão dos candidatos eleitorais é também “ouvir, dar voz e visibilidade às preocupações reais das regiões do país” que, considerou, são “discriminadas, têm risco demográfico, baixa natalidade, migrações de gente jovem e falta de mão-de-obra”.

Dirigindo-se aos convidados disse: “Devo dizer que levo daqui um banho, uma imersão num mundo daquelas que são as preocupações reais das pessoas e que não tem o objectivo político. Foi uma discussão muito centrada nas preocupações das pessoas e das empresas”.

Produtores de frutos secos, de azeite e de queijo da Serra da Estrelam e exportadores de ovos biológicos falaram a uma só voz e pediram apoios para o emparcelamento e também mais celeridade na abertura de novos mercados internacionais, no caso dos exportadores. Já quase a terminar, um dos comensais não resistiu e fez uma leve crítica. “Os políticos falam contra a desertificação, mas depois não fazem nada para combatê-la”. Foi então que o candidato deixou a garantia que, a partir de Bruxelas, iria a dar voz aos produtores e agricultores de Portugal.

Ao final da manhã, a caravana social-democrata visitou a Queijaria Artesanal Casa Agrícola dos Arrais, em Celorico da Beira, um negócio familiar de produção de queijo da Serra da Estrela, que se encontra certificado. Durante a visita, Rangel foi surpreendido com o rebanho de cerca de duas centenas de ovelhas da raça autóctone bordaleira, que o dono da queijaria, João Silva, mantém. Perante tanta agitação, algumas das ovelha acabaram por pular a cerca.

Os jornalistas aproveitaram o momento e desafiaram Rangel a dizer qual era a ovelha negra da campanha que lidera. A resposta foi politicamente correcta: “Não há nenhuma ovelha negra, apenas o rebanho.

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