Na avenida que sempre foi diversa e heterogénea caberá uma torre?

Um edifício de 60 metros pôs a cidade a olhar para a Avenida Almirante Reis que continua a ser “a parente pobre” das grandes avenidas da capital. Será este projecto, que se tem revestido de polémica, o início de uma mudança para a avenida?

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De uma coisa a antropóloga Filipa Ramalhete está certa: a Almirante Reis continua a ser “um eixo de segunda na cidade de Lisboa”. “Sempre foi uma zona traseira da zona nobre” que nunca chamou muito a atenção do que por ali se passava. Esta longa avenida com cerca de 2,8 quilómetros, que atravessa três freguesias – Areeiro, Arroios e Santa Maria Maior, e que se tornou um dos eixos “mais dinâmicos” de Lisboa, conseguiu agora a atenção dos lisboetas porque um privado ali quer construir, no abandonado quarteirão da Fábrica de Cervejas da Portugália, um loteamento em que um dos prédios terá 16 andares e 60,2 metros de altura. A proposta rapidamente gerou críticas, incluindo de alguns arquitectos, que argumentam que o projecto tem uma volumetria excessiva para a zona, tendo em conta a avenida estreita que é a Almirante Reis. E que temem também o impacto visual que esta torre a partir do miradouro da Penha de França, por exemplo. E ainda que, caso o projecto avance, ali seja criado “um precedente” e mais promotores queiram construir prédios semelhantes. Será este projecto o início de uma nova fase para esta artéria?

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