Rangel garante que se o PSD for Governo não permitirá que Portugal sofra cortes de fundos

A garantia foi deixada pelo cabeça de lista em Sernancelhe, distrito de Viseu, numa acção de campanha em que atacou Pedro Marques.

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Paulo Rangel (PSD) LUSA/TIAGO PETINGA
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Candidato social-democrata LUSA/TIAGO PETINGA

O eurodeputado e cabeça de lista do PSD às eleições europeias, Paulo Rangel, responsabilizou esta quinta-feira o seu adversário mais directo, Pedro Marques, pelo corte de 3,3 mil milhões de euros com impacto na coesão social e na agricultura, declarando que o seu partido, se for Governo em Outubro, não permitirá esses cortes, que correspondem a uma redução total de 7% dos fundos, vetando a proposta da Comissão Europeia que tem o pré-acordo do Governo português.

“Há uma coisa que posso garantir: connosco [no Governo] não vai haver cortes nos fundos de coesão porque nós exerceremos o veto se for caso disso”, declarou Paulo Rangel aos jornalistas já depois da sua intervenção no final de uma acção de campanha em Sernancelhe, no distrito de Viseu, onde fez um vigoroso apelo ao voto no PSD.

Falando para uma plateia de 600 pessoas – o número é do próprio candidato –, Paulo Rangel foi directo ao assunto. “No dia 26 vai haver eleições europeias e é preciso que cada um de vós saiba que este Governo, pela mão do ex-ministro Pedro Marques, aceitou como bom um acordo com a Comissão Europeu em que Portugal perde um milhão e 600 mil euros em fundos de coesão. Não é o Paulo Rangel que quer, é o Tribunal de Contas Europeu no seu relatório de 27 de Março”, precisou.

O candidato, que falava para um eleitorado que é sociologicamente social-democrata, sublinhou que os cortes permitidos pelo Governo “não são inaceitáveis” e deu exemplos de países como Espanha, Itália, Grécia, Finlândia, Roménia, Grécia que vêem os seus fundos crescerem entre 5% e 6%.

Na intervenção que fez no pavilhão multiusos, Rangel questionou a plateia: “Como é que um mau ministro pode ser um bom eurodeputado?” A sala aplaudiu.

Afirmando que “é uma injustiça” para Portugal perder 7% dos fundos de coesão, o social-democrata salientou que aquele dinheiro faz muita falta às regiões que precisam de investimento. “Muitos agricultores sobrevivem com dinheiros europeus”, disse, precisando que no caso da agricultura o corte previsto é de 1,7 mil milhões de euros.

Num dia de campanha europeia dedicado ao interior do país, sublinhou que “uma parte do investimento feito aqui vem dos fundos de coesão e da Política Agrícola Comum. É uma dupla penalização”. “Dia 26 de Maio nas eleições temos de ir votar a favor do PSD, porque o PSD é amigo do interior e dos fundos de coesão”, apelou.

Reiterando tratar-se de uma “dupla penalização”, Paulo Rangel tentou justificar a razão da sua mensagem. “Nós temos de denunciar as políticas do PS e de Pedro Marques que estão sempre a dizer que são amigos das instituições sociais e depois cortam nos apoios ligados à família”, afirmou, para logo lembrar que o candidato do PS às eleições europeias foi secretário de Estado de José Sócrates e foi responsável pelo corte de 250 milhões em abonos de família. E perguntou: “Um mau ministro pode ser um bom deputado?” “[Pedro Marques] foi o ministro dos cortes que não se interessa pelo interior”.

E terminou com mais uma acusação. “Em Portugal fez tudo ao contrário daquilo que agora diz, e ainda queria que fossemos votar nele”. A sala voltou a aplaudir o candidato social-democrata que lidera a lista do PSD pela terceira vez.

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