Há novo camisola rosa no Giro e veste “tamanho XL”

Amaro Antunes, o único português na Volta a Itália, ainda entrou na fuga do dia, mas não teve forças para lutar pela vitória, ficando-se pelo top-10. Ocupa o sexto lugar da geral.

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Masnada, o vencedor do dia. DR

Fausto Masnada (Androni) venceu a sexta etapa da Volta a Itália. O ciclista italiano bateu Valerio Conti (Emirates), nesta quinta-feira, na meta em San Giovanni Rotondo, depois de terem entrado na fuga do dia. O destaque desta etapa vai, no entanto, para Conti, que chegou à liderança da prova e vestirá de rosa, presumivelmente, durante alguns dias.

Muito se especulará sobre as possibilidades de Conti fazer uma “gracinha” neste Giro, já que a vantagem conquistada nesta etapa (mais de cinco minutos) é considerável, sobretudo para um razoável trepador. É uma camisola rosa “tamanho XL”.

Nesta quinta-feira, a segunda etapa mais longa do Giro (238 quilómetros) demorou a ter uma fuga formada. Ao contrário do que tem sido habitual, os primeiros quilómetros trouxeram pouca organização entre possíveis fugitivos e houve, em vez disso, um tremendo caos.

Caos que culminou numa queda no pelotão, que afectou nomes importantes como o camisola rosa Primoz Roglic e os candidatos à vitória Mikel Landa e Ilnur Zakarin. Ainda assim, descontando as visíveis marcas nos corpos (sobretudo de Roglic), poucas consequências existiram desta queda, já que o pelotão esperou pelos ciclistas atrasados.

Alguns quilómetros e várias tentativas depois, formou-se uma fuga de 13 ciclistas, com um elemento que os restantes fugitivos não queriam ter por lá: Valerio Conti (Emirates), que iniciou a etapa a apenas 1m59s da liderança de Roglic.

A presença de Conti na frente levou a que o pelotão, comandado pela Jumbo, não deixasse a fuga ganhar muito tempo. Havia, no entanto, indefinição acerca da estratégia da Jumbo, já que a equipa chegou a parecer disposta a deixar, propositadamente, Roglic perder a liderança (não tendo a camisola rosa, a Jumbo não se desgasta, diariamente, no controlo da corrida).

A fuga – que também tinha o português Amaro Antunes – ganhou, a pouco e pouco, cerca de seis minutos de vantagem, fase em que começou a parecer claro que a Jumbo queria, de facto, deixar outra equipa pegar na camisola da liderança.

À entrada para a principal subida do dia, Masnada (Androni) e Conti deixaram os restantes fugitivos para trás, sendo perseguidos por um trio com Ruben Plaza (ex-Benfica), Rojas (que chegou a ser um sprinter puro) e Carboni.

O duo da frente acabou por discutir o triunfo, tendo havido um claro “acordo” entre os dois: Conti ficaria com a camisola rosa e Masnada ganharia a etapa.

A vantagem conquistada por Conti poderá ser suficiente para o italiano manter a camisola rosa durante alguns dias e, quem sabe, fazer um top-10 no final deste Giro.

Numa classificação geral revolucionada, o italiano tem 1m41s de vantagem para Carboni (Bardiani) e 2m09s para Peters (AG2R). O português Amaro Antunes vem no sexto lugar, a 2m45, sendo que Primoz Roglic, o primeiro dos favoritos, está a 5m24s.

Nesta sexta-feira, a sétima etapa do Giro traz um percurso entre Asto e L’Aquila que poderá ser o palco da primeira luta entre os principais candidatos à vitória. Em 2018, Yates e Dumoulin trocaram argumentos nesta etapa, com o britânico a vencer em L’Aquila.

Este será, também, o primeiro teste à capacidade de Valerio Conti e a primeira oportunidade de perceber se o pelotão subvalorizou o italiano ao deixá-lo ganhar uma vantagem tão grande.

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