Voo de helicóptero? PSD aconselha Costa a preocupar-se com os meios aéreos de combate a fogos

Rui Rio apareceu na campanha do PSD para embarcar num veleiro com as Mulheres Sociais-Democratas.

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LUSA/TIAGO PETINGA
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O voo de Paulo Rangel de helicóptero pelas zonas ardidas, criticado primeiro dentro do PSD e depois pelo primeiro-ministro, acabou por servir de arma de arremesso ao PS no dia em que foi noticiada a falta de meios aéreos para combater aos incêndios. Rui Rio veio reforçar nesta quarta-feira a ideia já lançada pelo candidato do PSD à hora de almoço: “O primeiro-ministro devia era estar preocupado com os helicópteros que não estão em condições de levantar voo”.

Não foi em terra que o disse, mas sim num veleiro enquanto navegava no rio Tejo, numa iniciativa de campanha, ao final da tarde, com as Mulheres Sociais-Democratas (MSD), uma estrutura que não existe formalmente no partido, mas a que se juntaram outros militantes e dirigentes do PSD. Rui Rio (na segunda vez que apareceu na campanha) e Paulo Rangel entraram juntos para a embarcação, mas pouco tempo depois já se tinham afastado e foram poucos os momentos em que voltaram a estar lado a lado durante a viagem de cerca de uma hora e meia.

Enquanto o Príncipe Perfeito se afastava do Cais de Alcântara, “rumo à Europa”, como disse a presidente das MSD, Lina Lopes, declamaram-se versos de Fernando Pessoa, ouviram-se dois dos hinos do partido, agitaram-se as bandeiras laranja, sem esquecer as muitas selfies e fotografias típicas de um passeio turístico no rio ao fim da tarde. Depois de Rangel assumir que a “experiência náutica” era simbólica e que na campanha se sente uma “dinâmica de vitória”, o líder do PSD falou aos jornalistas para admitir como “normal” que se discutam as questões nacionais nas eleições europeias e criticou a audição de Joe Berardo.

Na primeira acção de campanha do dia – uma visita à Fundação Champalimaud em Lisboa – Paulo Rangel usou um tom suave para responder a António Costa quando, na noite anterior, o tinha acusado de apenas sobrevoar as zonas ardidas e de não fazer campanha “cara a cara”. “Serenidade e elevação”, pediu repetidamente Paulo Rangel, no final da visita à fundação presidida por Leonor Beleza, que não apareceu ao lado do candidato.

Rodeado por alguns dos candidatos da lista – Lídia Pereira, Graça Carvalho e Carlos Coelho – e por alguns dirigentes locais, Paulo Rangel seguiu para a segunda acção do dia, um almoço na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Dafundo, um cenário mais próprio para endurecer o tom contra as falhas na protecção civil. Recebido calorosamente pelo presidente da Associação – o ex-deputado do PSD Armando Soares – o candidato acusou o chefe de Governo de querer “desviar as atenções” por causa dos meios aéreos de combate aos incêndios em falta.

“Dos muitos helicópteros que faltam no terreno, o único que foi falado foi o que foi ao terreno”, disse, depois de registar o “nervosismo, a agitação e alguma deselegância do PS” na campanha. E fez uma comparação com o problema do SIRESP, que foi “diagnosticado há quase dois anos”. Paulo Rangel atirou ao primeiro-ministro ao dizer que foi “o maior crítico” mas também o responsável pelo sistema quando era ministro, e que não conseguiu resolver o problema quando abre a época de incêndios. “Isto revela incompetência, incúria e negligência”, acusou perante uma sala com menos de 100 pessoas e onde estavam vários comandantes de bombeiros. 

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