Cristas diz que Costa ou é “incompetente” ou “falta à verdade” sobre meios aéreos

Líder do CDS fechou o terceiro dia de campanha com uma iniciativa dedicada à família.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Assunção Cristas acusou nesta quarta-feira o primeiro-ministro de ou ser “profundamente incompetente” ou estar “profundamente a faltar à verdade”, relativamente ao facto de não estarem ainda disponíveis todos os meios aéreos de combate aos incêndios florestais.

Numa acção da campanha do CDS para as eleições europeias, Assunção Cristas, questionada pelos jornalistas, abordava o facto de 18 das 38 aeronaves de combate aos incêndios florestais que deviam poder ser activados a partir desta quarta-feira não estarem disponíveis. O atraso nos concursos para operar os três helicópteros ligeiros do Estado e para alugar 35 aeronaves fez com que nenhum dos procedimentos lançados este ano obtivessem os respectivos vistos do Tribunal de Contas.

A líder do CDS falou “num padrão do primeiro-ministro”, que “anuncia as coisas e não as cumpre”. Assunção Cristas voltou também ao tema do SIRESP, a rede de emergência nacional, observando que, depois de o primeiro-ministro ter dito na segunda-feira que levaria poucas horas a encontrar uma solução para o problema - o consórcio gestor da rede ameaça desligar o sinal de satélite, se o Estado não pagar o investimento de 11 milhões de euros que exigiu neste dispositivo de redundância -, “já passaram 48 horas” e António Costa nada voltou a dizer.

A líder do CDS participou numa acção de campanha ao lado dos principais candidatos ao Parlamento Europeu inserida no Dia Internacional da Família, que se cumpriu nesta quarta-feira. Cristas assistiu a um espectáculo de magia para um grupo de crianças no Parque das Conchas, no Lumiar, em Lisboa. No final, questionada sobre o que seria mágico para o CDS nestas eleições respondeu: “Multiplicar o nosso candidato por vários. Muitos.”

"Mercados'r'us"

Um mercado, é um mercado, é um mercado. E o especialista neles é o CDS, numa longa tradição de aí fazer acções de campanha eleitoral, iniciada de forma quase obrigatória por Paulo Portas. Mas há mercados mais amigos que outros. Nesta quarta-feira, os centristas estiveram no de Cascais. Manhã mais favorável era difícil. Nuno Melo, quase sempre guiado por Pedro Mota Soares, número dois da lista às europeias e presidente da assembleia municipal de Cascais, tiveram uma manhã “sem espinhas”. Beijos distribuídos foram mil e manifestações de apoio outras tantas.

Primeiro facto: os portugueses têm maneiras muito imaginativas de criticar os adversários do candidato que apoiam. “Talibans”, “muçulmano”, “esquerdalho” e “videirinho”, entre outras expressões, algumas que não podem ser citadas. Algumas das palavras foram dirigidas a António Costa.

Já relativamente ao Governo, a expressão mais rebuscada veio de um vendedor de verduras: “anda sempre às canhotas.”

Os candidatos “mais jeitosos desta campanha”, como lhes chamou uma cidadã, ouviam sem responder. Aos apoios, enquanto distribuíam canetas e beijos, iam soltando: “não pode faltar”, “é já de domingo a oito dias”, “contamos consigo”.

Mas a política da troca de “recados” também não faltou. Nunca falta. Na noite de terça-feira, António Costa tinha acusado o CDS e o PSD de fazerem uma campanha “de sujeiras”. Melo respondeu-lhe com “caridade cristã”. “Eu respeito todos os meus adversários, de todos os partidos, mesmo quando nos tratam mal como aconteceu ontem com o dr. António Costa, num comício. Percebemos. Percebemos o nervosismo, temos muita caridade cristã e vamos com muita força para estas eleições”, afirmou aos jornalistas.

“Quem parte alavancado em sondagens, pensando que as sondagens são urnas, e vêem que as coisas não estão a correr bem, percebo que fiquem nervosos. Nós já temos uma fortíssima carapaça, porque sempre que vamos a votos sabemos que tudo custa muito mais ao CDS. É muito mais difícil ser direita em Portugal”, acrescentou.

Para Melo “há expressões que são escusadas” e é “possível fazer uma campanha sem violência verbal”. “Nós argumentamos com ideias. Podemos ser duros quando temos de ser, mas não depreciamos nem tratamos mal ninguém a título pessoal. E, por isso, ao dr. António Costa o que lhe desejo é que tenha uma campanha tranquila e que perceba que há muito para além da política. E nós perdoamos. Perdoamos as palavras mais duras”, disse ainda.

Também vieram mais uma vez as críticas ao Governo. Muitas vieram de António Pires de Lima que nesta quarta-feira se juntou à campanha. “Temos um Governo como nunca se viu. Um Governo que é uma vergonha. Um Governo de pais e filhas de maridos e mulheres (…) Uma situação nunca vista na democracia e na ditadura. Este Governo, que só existe porque é apoiado pela esquerda radical do BE e do PCP, merece um cartão amarelo. É um Governo de habilidadezinhas e truquezinhos”, afirmou o ex-ministro da Economia.

Nos próximos dias, vão também participar na campanha, além do antigo presidente do Partido Paulo Portas, Lobo Xavier, mandatário da candidatura, Nuno Magalhães, Telmo Correia e Adolfo Mesquita Nunes.

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