O BE nas minas da Panasqueira, contra “as sombras do fascismo”

“É a responder àqueles e àquelas que ficam na terra dos pobres que podemos combater estas sombras que pairam sobre a Europa e que ameaçam o próprio projecto europeu”, disse Marisa Matias.

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Marisa Matias visitou as minas da Panasqueira LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Foi sobretudo para lutar contra o esquecimento e a falta de memória histórica, que favorece o aparecimento dos fascismos, que o Bloco de Esquerda visitou na manhã desta quarta-feira as minas da Panasqueira, no Fundão. Mas não só: a cabeça de lista, Marisa Matias, quis também agitar as bandeiras dos combates laboral e ambiental.

“Numa altura em que voltam a pairar sobre a Europa as sombras do fascismo, é muito importante termos memória, é um passo fundamental para construirmos o futuro”, começou por dizer Marisa Matias que, no local, ouviu o testemunho de quem ali trabalhou.

“Estamos no sítio onde funcionaram as minas da Panasqueira que alimentaram a primeira e segunda guerras mundiais. Na Segunda Guerra Mundial chegaram a ter mais de 10 mil trabalhadores a produzir volfrâmio que foi vendido às partes em guerra. Isso é um conhecimento que está nos livros, mas também está inscrito nas vidas sofridas”, lembrou a candidata.

Marisa Matias sublinhou que “os fascismos não surgem do nada”: “São construídos, normalmente na sequência de crises, na falta de resposta aos problemas das pessoas, quase sempre numa situação de exploração de quem trabalha, criando uma ideia de ressentimento entre as pessoas, um discurso do ódio e encontrando bodes expiatórios. A nossa obrigação é perceber que só conseguimos combater estas sombras se tivermos respostas concretas para as pessoas”, disse, frisando que, depois de se terem “explorado milhares de trabalhadores, de se terem perdido tantas vidas, o que acabou por acontecer” foi o abandono daqueles territórios e daquelas populações.

E, pegando na expressão “terra dos pobres” usada por quem ali vive e ali trabalhou, a candidata acrescentou: “É a responder àqueles e àquelas que ficam na terra dos pobres que podemos combater estas sombras que pairam sobre a Europa e que ameaçam o próprio projecto europeu”, disse Marisa Matias.

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