Portugal no top-5 dos que mais contratam jogadores estrangeiros

A origem predominante é o Brasil, aponta estudo do Observatório do Futebol.

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Éder Militão foi um dos 261 futebolistas brasileiros que rumaram a Portugal esta época LUSA/OCTÁVIO PASSOS

Os clubes portugueses continuam a recorrer a futebolistas estrangeiros em grande quantidade, com a I Liga nacional a surgir em terceiro lugar – apenas atrás dos campeonatos cipriota e italiano – na lista das competições com médias mais elevadas de expatriados por clube. Num conjunto de 147 competições de 98 países analisadas pelo Observatório de Futebol do Centro Internacional de Estudos Desportivos (CIES), a rota migratória Brasil-Portugal destaca-se – tal como já havia sido apontado pelo Relatório Anual do Mercado Global de Transferências da FIFA, relativo a 2018.

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O campeonato português surge destacado no ranking de competições com médias mais elevadas de estrangeiros por clube: é o terceiro que mais recorre a expatriados, com uma média de 16 por equipa. Só a Liga italiana (média de 16,1 por clube) e o campeonato de Chipre (média de 17,5 por clube) superam a I Liga. E o segundo escalão do futebol português não está longe, ocupando a 11.ª posição na lista, com uma média de 12,2 futebolistas estrangeiros por clube.

Uma grande parte destes estrangeiros será constituída por futebolistas brasileiros. As transferências do Brasil para Portugal foram, de longe, o movimento mais frequente na presente temporada: 261 jogadores atravessaram o Atlântico, mais do dobro relativamente à segunda rota migratória mais frequente detectada pelo estudo, a de jogadores argentinos para o Chile (116).

A Inglaterra destacou-se como o principal país importador, com 728 futebolistas recrutados noutros países (dos quais 139 nas outras nações britânicas) – excluindo estes últimos, que integram a Grã-Bretanha, seria a Itália (636 estrangeiros contratados) a ocupar o topo deste ranking. O futebol dos EUA (575) completa o pódio, com Portugal a surgir no top-5 com 508 contratações de jogadores expatriados.

Em termos absolutos, nos 2351 clubes que o estudo analisou em 98 das 211 associações que integram a FIFA, o Brasil é o principal exportador de talento futebolístico, confirmando a tendência de crescimento de anos anteriores. Na presente temporada o Observatório do Futebol detectou a presença de jogadores oriundos do Brasil em 85 das 98 associações analisadas, num total de 1330. Há um ano, no estudo relativo a 2017-18, o número de brasileiros a jogar fora do seu país era 1236. E os dados da época anterior a essa colocavam esse número em 1202.

Para além de ter sido esta época o principal abastecedor das equipas portuguesas, com 261 futebolistas contratados, o Brasil também é o mercado preferido dos clubes japoneses (69), italianos (65) ou sauditas (40). O campo de recrutamento favorito das equipas inglesas foi, nesta temporada, a França (87 jogadores), enquanto os clubes espanhóis recorreram preferencialmente aos futebolistas argentinos (66).

“A mobilidade internacional de futebolistas tem tido um crescimento constante ao longo dos anos. O número total de jogadores expatriados aumentou 5% em comparação com 2018. Os expatriados representam cerca de um quinto do número total de futebolistas no activo nas competições analisadas. Esta percentagem sobe para 26% nos campeonatos dos países que integram a UEFA”, pode ler-se no estudo.

O Observatório do Futebol apresentou também um Atlas das migrações, com dados dos futebolistas de cada país a actuar no estrangeiro. Segundo os dados apresentados, há 279 jogadores portugueses em 47 das 98 associações analisadas. O principal destino dos portugueses que decidiram emigrar foi o futebol espanhol (31), seguido de Inglaterra (27) e Itália e Roménia (21 cada).

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