Ackermann bisa no “adeus” de Tom Dumoulin ao Giro

O ciclista holandês caiu na etapa quatro e desistiu já durante a tirada desta quarta-feira. A volta a Itália fica, assim, sem um dos principais favoritos à vitória final.

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A celebração de Ackermann. DR

Não haverá, certamente, Tom Dumoulin vestido de rosa no final da Volta a Itália. O holandês – apontado como grande candidato à vitória final – desistiu da prova já durante a etapa desta quarta-feira, depois de uma queda lhe ter deixado marcas na 4.ª etapa.

Já sem Dumoulin no pelotão, o triunfo na chegada a Terracina caiu para Pascal Ackermann (BORA) que bateu, ao sprint, o colombiano Fernando Gaviria (Emirates) e o francês Arnaud Démare (FDJ).

Esta etapa, corrida sob condições meteorológicas difíceis – algum vento e muita chuva –, acabou por não trazer problemas aos principais candidatos à vitória final, já que a organização da prova decidiu que, para efeitos de classificação geral, os tempos seriam registados na primeira passagem pela meta. Na segunda, seria decidido o vencedor da etapa, mas já sem tempos em discussão.

Assim, os principais favoritos à geral puderam descansar nos últimos nove quilómetros, deixando para os sprinters os riscos a correr pela vitória na etapa.

Antes disso, a história que há a contar é a de uma fuga desde cedo condenada ao fracasso. Seis ciclistas escaparam logo ao quilómetro dois, mas nenhum estava sequer perto da liderança da prova, já que o mais bem colocado era Ciccone, líder da montanha, em 86.º lugar, a 7m50s.

A questão ficou ainda mais tranquila para o pelotão quando precisamente Ciccone abdicou da fuga e ficou à espera do pelotão. Havendo apenas uma contagem de montanha – e de quarta categoria –, Ciccone terá sentido que esses pontos não valeriam o esforço.

A fuga ainda chegou a ter cerca de dois minutos, uma diferença sempre mantida debaixo de olho pelo pelotão, que pareceu tranquilo e capaz de neutralizar os fugitivos quando bem entendesse. Vervaeke, um dos fugitivos, ainda se aventurou numa missão solitária, percebendo que, com a restante companhia, a fuga estava condenada, mas de pouco lhe valeu.

O belga – que, sem Dumoulin em prova, foi o primeiro da equipa Subweb a aproveitar a “liberdade” – foi “caçado” a 23 quilómetros da meta e, já com muitos ciclistas a rolar tranquilamente, a última passagem pela meta deu um sprint equilibrado entre Gaviria e Ackermann. Foi mais forte o alemão, que somou a segunda vitória neste Giro, depois do triunfo na etapa dois.

O português Amaro Antunes chegou no pelotão e manteve a posição no top-50, numa classificação geral ainda liderada por Primoz Roglic.

Nesta quinta-feira, tal como na etapa quatro, a sexta tirada traz um leque alargado de possibilidades para o desfecho.

Os primeiros 200 quilómetros são planos, perfeitos para permitir a uma fuga ganhar uma vantagem decisiva, mas também pode dar-se o caso de uma aproximação em pelotão compacto permitir a alguns bons finalizadores e puncheurs atacarem a subida que termina a cerca de 15 quilómetros da meta.

Nomes como Thomas de Gendt podem fazer valer uma fuga, enquanto ciclistas como Ulissi, Gallopin, Battaglin, Kangert, ou Jungels podem fazer valer um ataque na última subida.

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