Marisa Matias contra políticas europeias que promovem a floresta do “lucro”

A cabeça de lista do Bloco escolheu o tema dos incêndios, nas visitas que fez nesta tarde, para sublinhar a importância de articular as políticas nacionais e europeias.

Marisa Matias no quartel dos bombeiros
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Marisa Matias no quartel dos bombeiros LUSA/LUÍS FORRA
Candidata andou pela zona de Monchique
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Candidata andou pela zona de Monchique LUSA/LUÍS FORRA

Estão todos a descansar do calor, em bancos e à sombra de árvores, no adro da igreja quando a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às europeias, Marisa Matias, se aproxima. Depois de ter estado no quartel dos bombeiros voluntários de Monchique, a eurodeputada ruma à freguesia de Alferce, que foi especialmente fustigada pelo fogo em Agosto do ano passado.

A eurodeputada cumprimenta as pessoas, já conhece algumas, já tinha estado na freguesia antes, logo depois do fogo. Por isso, pergunta sem rodeios: “Não mudou muita coisa depois de Agosto?”. “Nada.” A resposta que ouve não é a que queria, mas é a que esperava. Depois de ter passado também pela mercearia onde se jogava às cartas e onde os jogadores desafiaram a candidata para uma partida em Bruxelas, Marisa Matias haveria de lamentar, em declarações aos jornalistas, esta ausência de respostas para ajudar as pessoas. Não é só um problema burocrático, é um “problema muito mais estrutural, tem a ver com a falta de respostas não apenas nacionais, mas também europeias”.

Apesar de ter ressalvado a importância da aprovação do mecanismo europeu de protecção civil, Marisa Matias continua a ver vários combates pela frente: defende o controlo público do SIRESP, mais apoios e maior fiscalização à forma como são atribuídos, outra política para a floresta. A eurodeputada não se coibiu de criticar as políticas europeias, lamentando que promovam mais medidas para apoiar a “floresta financeirizada”, a “floresta para produção de lucro”, em vez da floresta como “pulmão do mundo” e para a “manutenção da biodiversidade”. Sobre os incêndios que fustigaram o país, lamentou: “Não aprendemos as lições todas.”

Antes de conversar com os habitantes daquela freguesia, que não se esquecem daqueles dias do fogo, que perderam terrenos, e que não têm recebido apoios, a candidata visitou o quartel dos bombeiros voluntários de Monchique, onde o comandante Rui Lopes deu conta das dificuldades de recrutamento que tem, da falta de incentivos ao voluntariado, entre outros problemas, e sempre sem esquecer aqueles dias de Agosto: “Foi uma situação muito complicada.”

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