Cristas voltou à campanha do CDS e Costa continuou a ser o “bombo da festa”

Líder do CDS visitou região vítima dos incêndios dos de Outubro de 2017. Recusa estar a fazer aproveitamento político da tragédia, e responsabilizou o governo pelos atrasos na recuperação das habitações.

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Líder do CDS juntou-se à campanha de Nuno Melo LUSA/PAULO NOVAIS

Assunção Cristas voltou nesta terça-feira à campanha do CDS para alertar para a “recuperação que ainda está por fazer” na região de Oliveira do Hospital relativamente aos incêndios de Outubro de 2017. Acusou António Costa pelos atrasos na recuperação, nomeadamente de habitações, e assegurou que as visitas que o CDS tem feito à região têm ajudado a apressar as obras.

Cristas juntou-se a Nuno Melo e Pedro Mota Soares em Vilela, uma freguesia de Oliveira do Hospital muito fustigada pelos fogos, e logo encontrou Laura, uma senhora de 95 anos que, já no sábado, se muda para a casa. A líder do CDS conheceu-a em Dezembro, quando a casa ainda estava em recuperação.

“É por ver casos como este, em que a casa já está recuperada, que sentimos que vale a pena vir para o terreno. Mas é preciso continuar a bater nisto, porque há muita gente que ainda está em dificuldades”, disse a centrista.

Nuno Pereira, da Associação de Apoio às Vítimas dos incêndios, assegura que ainda só foram recuperadas cerca de 60% cerca 220 casas destruídas pelos incêndios. Mas, para ele, o problema é das pessoas que não viram as suas casas validadas para a recuperação. “São centenas de pessoas que nunca vão ter casa e é por essas pessoas que também lutamos”, afirmou.

Cristas acusou o Governo de “não cumprir” a palavra. “Faz todo sentido continuar a vir a estes locais da tragédia dos incêndios. Há muitas pessoas que ainda não têm a sua situação resolvida. A vinda do CDS ajuda a resolver os problemas, denunciando um Governo que não é capaz de cumprir a sua palavra.”

A líder do CDS recusa estar a fazer aproveitamento político da tragédia para ganhar votos para as eleições europeias. “Não é aproveitamento é compromisso com as pessoas. Garantimos às pessoas que não as abandonávamos e por isso estamos aqui. É o nosso dever”, assegurou.

Tal como tinha feito na segunda-feira no debate quinzenal com o primeiro-ministro, voltou a lamentar que a situação do SIRESP não esteja resolvida “quando se está a entrar na época dos incêndios. Lembrou que, no debate, António Costa disse que lhe daria uma resposta em poucas horas e até agora ainda nada disse. “Já passaram quase 24 horas e eu continuo à espera.”

Questionada sobre a declaração de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a crise política criada sobre o problema da recuperação do tempo de carreira dos professores, Cristas limitou-se a dizer que respeita o “o silêncio do Presidente da República.

A manhã de campanha começou em Vila Nova de Poiares ainda sem a presença de Cristas, numa acção em que Nuno Melo chegou de camião TIR a uma empresa de transportes. O objectivo foi salientar as dificuldades de rodovias que os empresários do sector dizem sentir.

Depois, “para mostrar que no interior também é possível ter sucesso”, visitou a Nutriva, uma empresa de produção alimentar que emprega mais de 200 pessoas e exporta para vários países.

“Estamos aqui porque queremos dar um sinal político. Estamos numa zona muito fustigada pelos incêndios de 2017. Apesar disso estamos onde uma empresa consegue ser altamente competitiva.”

Melo defendeu ainda uma política para o interior do país “que tenha uma componente fiscal que ajude a fixar as pessoas e as empresas”. 

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