Investidores sul-africanos assumem parceria com o BIG em Moçambique

Banco BIG aumenta capital do BiG Moçambique com entrada de duas seguradoras sul-africanas, a Hollard e a Global Alliance, e de uma moçambicana, a EMOSE. E 84% do capital fica na esfera do banco chefiado por Carlos Rodrigues.

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Carlos Rodrigues, presidente do Banco BIG. Rui Gaudencio

O BIG Moçambique, a operação africana do português Banco BIG, conta desde o início do mês passado com três novos accionistas: a Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), a Hollard Moçambique e a Global Alliance Seguros. No conjunto, as três seguradoras, que desenvolvem a actividade na região, passaram a deter 16% do BIG Moçambique por aumento de capital (de 599,4 milhões de meticais) que passou agora a ser de 1,1 mil milhões de meticais (15,4 milhões de euros).

A abertura do BIG Moçambique a investidores institucionais constava já do plano de crescimento da instituição africana criada em 2016, e que continuará a ter como accionista maioritário o grupo chefiado por Carlos Rodrigues. Depois do aumento de capital, entretanto já concluído, o Banco BIG manteve uma participação de 83,99%.

O investimento da Global Alliance Seguros foi realizado em nome de investidores institucionais: o Fundo de Pensões dos Trabalhadores da Mozal e o Fundo de Pensões Aberto (Global Alliance-GA). Para além do investimento no BIG Moçambique, as seguradoras GA Seguros e Hollard Moçambique, ambas de capitais sul-africanos, não possuem outras participações accionistas em instituições financeiras. A GA Seguros é detida integralmente pelo Grupo ABSA, que adquiriu o Barclays África. Por seu turno, a EMOSE é a maior seguradora Moçambicana, tendo como accionista minoritário o BCI (as informações disponíveis indicam que a 31 de Dezembro de 2017 possuía uma participação de 4,15% no Millennium BIM).

Inaugurado há cerca de dois anos, o BIG Moçambique detém uma licença para desenvolver a sua actividade em todos os segmentos bancários, tendo apostado nas áreas do mercado de capitais, da assessoria financeira e do corporate finance, no apoio a investidores institucionais e particulares de gama alta. O exercício de 2018 encerrou com um lucro de 161.083.736 meticais, um acréscimo de 221% face ao ano anterior, e um ROE de 25,2%. 

 Ao PÚBLICO, Mário Bolota, administrador executivo do grupo português BIG responsável pela actividade em África, destacou, por um lado, os ganhos de “visibilidade” resultantes do alargamento da base accionista a investidores institucionais de referência, moçambicanos e sul-africanos, tendo, em simultâneo, através do aumento de capital, permitido o “reforço" do “posicionamento estratégico” do BIG Moçambique​​. Segundo o mesmo gestor, tratou-se “de uma operação singular”, que deu entrada a accionistas “de prestígio” e veio “validar o modelo de negócio (de banca de investimento e mercado de capitais) desenvolvido nestes três primeiros anos de actividade”.

Em nota dirigida à comunicação social, no âmbito do aumento do capital, o BIG Moçambique lembrou o seu grande envolvimento nas grandes transacções realizadas “em Moçambique entre 2016 e 2018”: Em 2018, “foi responsável por mais de dois terços do volume total negociado na Bolsa de Valores de Moçambique e foi seleccionado co-coordenador global da Oferta Pública de Venda (OPV) de 7,5% do capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa” - a empresa “responsável pela exploração de uma das maiores barragens em África”. Para o BIG Moçambique (cujo chairman é Salvador Namburete) esta foi “provavelmente” a “maior e a mais importante” operação de mercado de capitais realizada “até à data” em Moçambique.

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