Giro: etapa da “lotaria” deu prémio a Carapaz e Roglic

Tom Dumoulin perdeu mais de quatro minutos, após uma queda no pelotão, e ficou com marcas visíveis na perna esquerda. Deverá ter dito “adeus” à camisola rosa.

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A celebração de Carapaz. DR

Richard Carapaz (Movistar) venceu a etapa quatro da Volta a Itália. O ciclista equatoriano atacou a dois quilómetros do final e bateu o australiano Caleb Ewan (Lotto) e o italiano Diego Ulissi (Emirates).

A camisola rosa continua no corpo de Primoz Roglic que, depois de uma queda no pelotão, conseguiu ganhar tempo a todos os principais rivais. Yates e Nibali chegaram a 18 segundos e mantêm-se em segundo e terceiro lugares da classificação geral, enquanto Tom Dumoulin, envolvido na queda, perdeu mais de quatro minutos.

Esta etapa prometia ser uma verdadeira “lotaria”, pelo facto de o percurso permitir muita acção e, sobretudo, vários tipos de vencedores: sprinters, ciclistas de clássicas, especialistas de média montanha ou até os candidatos à camisola rosa.

Ainda assim, a tirada começou relativamente calma, com a já habitual fuga inicial. Damiano Cima (Vini Fantini), Marco Frapporti (Androni) e Mirco Maestri (Bardiani), todos homens da “casa” e todos de equipas fora do World Tour, chegaram a ter mais de 11 minutos de vantagem, uma diferença que estabilizou nos oito, depois nos seis e, já nos últimos 50 quilómetros, nos três minutos.

Pensava-se que a Jumbo pudesse querer ceder a camisola rosa de Roglic – para não ter de trabalhar todos os dias no controlo das fugas –, mas as equipas dos sprinters, apesar de esta ser uma etapa algo montanhosa, tomaram o partido de reduzir a vantagem dos fugitivos, estragando o eventual plano da Jumbo.

A Lotto, pensando em Caleb Ewan, e a FDJ, pensando em Démare, trabalharam no pelotão – a BORA e a Emirates também deram uma ajuda, mais tarde – e o pelotão neutralizou os fugitivos com 10 quilómetros para o final.

E foi aqui que começou a prometida “diversão”. Depois de um aumento do ritmo na cabeça do pelotão, houve uma queda no grupo, a seis quilómetros do final, o que deixou um grupo muito reduzido na frente. Tom Dumoulin foi um dos que não só foi afectado pela queda colectiva como ficou com visíveis marcas na perna esquerda.

Entre os restantes favoritos, apenas Roglic e Carapaz ficaram na frente, com Nibali, Yates, Miguel Ángel López e Landa a perderem terreno. Ulissi atacou logo no início da última subida – quis deixar para trás os sprinters que restavam no grupo (Viviani, Ewan, Démare e Ackermann) –, mas acabou por não ter pernas para o ataque final de Carapaz (o tempo perdido por Landa pode tê-lo tornado líder da Movistar). Caleb Ewan ainda conseguiu sprintar, mas precisava de mais 10/20 metros para ultrapassar Carapaz.

Nesta quarta-feira, a 5.ª etapa, entre Frascati e Terracina, deverá ter um final ao sprint. Depois de uma tirada maioritariamente plana, o final terá um circuito de cerca de nove quilómetros, com estradas largas, perfeito para um final ao sprint.

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