Varoufakis is back. E com Pamela Anderson

Varoufakis é candidato ao Parlamento Europeu na Alemanha. Já prometeu que, se for eleito, estará lá muito pouco tempo.

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Yanis Varoufakis Reuters/Alkis Konstantinidis

Yanis Varoufakis voltou à política europeia, uns anos depois ter deixado de ser o pop ministro das Finanças da Grécia no ano negro de 2015, depois do “não” no referendo ao programa da troika que acabou convertido num “sim” a um papel ainda pior que o primeiro. Varoufakis é o cabeça-de-lista do partido Democracia na Europa, a versão alemã do movimento pan-europeu DiEM25.

A lei alemã permite que um cidadão europeu seja candidato desde que tenha vivido na Alemanha durante pelo menos seis meses. Varoufakis registou-se como residente em Berlim e avançou. É candidato a presidente da Comissão Europeia, mas não deve ser pelas perspectivas de ser eleito n.º 1 da Comissão que está a pensar entrar no Parlamento Europeu e sair logo de seguida, como escreveu este domingo no Twitter.

“O objectivo é promover o Green New Deal do DiEM25 no Parlamento Europeu, mas também em toda a Europa. Se eleito, vou apresentá-lo no Parlamento Europeu, explicar os seus méritos e depois passar para outras campanhas enquanto Dani Platsch [nº 2 da lista] continua no Parlamento Europeu. A nossa nova política desdenha as armadilhas do gabinete”, tweetou Varoufakis. Será, portanto, um toca e foge, eventualmente com os olhos postos nas eleições gregas de Outubro, onde o Syriza espera uma derrota pesada e a Nova Democracia, o partido de direita que governou a Grécia imediatamente a seguir ao pedido de resgate, está à frente nas sondagens.

O International Green New Deal defende que a Europa responda ao estado de emergência climática. A proposta de Varoufakis é diferente da da deputada americana Alexandria Ocasio-Cortez – nas palavras do ex-ministro, o seu projecto é uma espécie de Plano Marshall para enfrentar os desafios do clima, enquanto os activistas americanos apelam a uma mobilização de combate estilo II Guerra Mundial.

E onde entra Pamela Anderson? A protagonista da célebre série Marés Vivas vive agora em França e é uma feroz apoiante do movimento de Varoufakis. Este fim-de-semana, disse ao Financial Times as razões por que tem sido uma espécie de “embaixadora” do movimento DiEM25. “O facto de um economista grego, Yanis Varoufakis, e um filósofo croata, Srecko Horvat, estarem a concorrer na Alemanha mostra que estas eleições não são sobre política nacional, mas sobre o futuro da Europa. Estou feliz por ver que a Europa tem finalmente um movimento que se opõe com paixão tanto aos populistas de extrema-direita como ao inepto establishment que levou a Europa à crise, à austeridade, de um chocante baixo investimento em tecnologia verde à ruína do planeta pelo uso dos combustíveis fósseis. A Europa deve liderar a salvação do planeta”.

41 partidos

Além do partido de Varoufakis, há mais 40 que se candidatam às Europeias na Alemanha, que elege 96 deputados. Um é o “partido violeta”, que defende a espiritualidade, outro o “partido dos animais”; há também o partido que defende o rendimento mínimo universal e o que se afirma pró-plebiscito. A lista completa pode ser vista aqui – ou lida, para quem souber alemão.

Imigração e Ambiente no topo das preocupações

Uma sondagem da YouGov em sete países europeus (não inclui Portugal) conclui que as principais preocupações dos cidadãos são a imigração e o ambiente.

Entre 8000 inquiridos na Alemanha, Polónia. Espanha, Hungria, Itália, Bélgica, Suécia e França, os menos resistentes a acolher refugiados são os alemães, com uma maioria de 62% favorável. De resto, na Alemanha a preocupação com o ambiente é superior à preocupação com a imigração, tal como acontece, com maior diferença percentual até, em França. Itália, Polónia, Suécia e Hungria estão maioritariamente contra o acolhimento de refugiados vindos de zonas de conflito.

O 26-M em Espanha é outro

O que é que mobiliza os espanhóis no próximo 26 de Maio? As eleições municipais.

À espera ainda de formar o governo resultante das legislativas de 28 de Abril, Espanha olha para o 26-M como o momento para confirmar ou reverter alguns dos resultados das legislativas. Com este contexto, a agravar a escassa emoção (como referia o editorial do El Mundo no domingo) que as europeias despertam em Espanha, está tudo preparado para que passem totalmente despercebidas. Enquanto 80% dos espanhóis tenciona votar nas municipais, só cerca de 60% se dispõe a fazê-lo nas europeias. Manuel Valls, ex-primeiro francês, é agora candidato ao município de Barcelona, a cidade onde nasceu, e isso desperta mais atenção que o que dizem os candidatos ao Parlamento Europeu.

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