Montenegro em campanha com Rangel, deixando para trás divergências com Rio

Ex-líder parlamentar acredita que o “PSD, na diferença das suas opiniões, pode construir uma posição de oferta à população de um projecto político aliciante” e promete fazer campanha com o presidente do partido nas legislativas.

Os dois sociais-democratas visitaram a Feira de Espinho
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Os dois sociais-democratas visitaram a Feira de Espinho LUSA/TIAGO PETINGA
Paulo Rangel com Luís Montenegro
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Paulo Rangel com Luís Montenegro LUSA/TIAGO PETINGA

E ao primeiro dia oficial da campanha para as europeias, Luís Montenegro apareceu, em Espinho, ao lado do candidato Paulo Rangel, para mostrar que as divergências no partido estão “enterradas” e também para zurzir no Governo, acusando António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa de serem “os responsáveis pela maior machadada que os serviços públicos” já conheceram.

No final de uma acção de campanha na feira de Espinho, o ex-líder da bancada parlamentar do PSD disse que as europeias “são uma boa oportunidade para dizer a todos os portugueses que há muitas razões para votar no PSD” e destacou duas: “A primeira é que o PSD apresenta de longe o candidato mais qualificado e que está em melhor posição de defender os interesses de Portugal na Europa e a segunda é que há três anos o PS prometeu que ia mudar a Europa, mas três anos volvidos o que nós nos apercebemos é que foi a Europa que mudou muito o PS e para o lado mau”, declarou Montenegro.

O ex-deputado, que desafiou o líder do PSD a convocar eleições internas para disputar com Rui Rio a presidência do PSD, não quis falar do passado, tendo-se concentrado no PS, partido que disse “estar obcecado” pelo défice. “Três anos e meio, mais coisa menos coisa de Governo das esquerdas temos uma situação historicamente muito irónica. É que é com um Governo de esquerda que o estado Social sofreu a maior machadada de sempre da nossa vida democrática”, denunciou o social-democrata, sublinhando que “é com PS, com António Costa, com Catarina Martins e com Jerónimo de Sousa que há mais problemas na saúde, mais problemas na educação, mais problemas no atendimento em todos os serviços públicos, como, aliás, várias pessoas aqui notaram nesta nossa visita à feira de Espinho”.

Reiterando que o “PSD tem o melhor candidato” nas eleições europeias de 26 de Maio e um “programa que serve melhor os interesses do país”, Luís Montenegro quase ofuscou Paulo Rangel que considerou “natural” que o ex-líder da bancada participe na campanha eleitoral. “Quem conhece os partidos sabe que é assim. É perfeitamente natural. O PSD está sempre unido nestes momentos importantes e, naturalmente, que é com maior gosto que tenho aqui o Luís Montenegro connosco hoje na sua cidade que é Espinho. Para mim, isso é muito significativo”, disse Paulo Rangel que esta segunda-feira esteve na feira de Espinho a Fazer campanha, tendo a seu lado Álvaro Amaro, também candidatos as europeias, Castro Almeida e Salvador Malheiros, ambos da direcção nacional do PSD.

Montenegro não quis comentar a recente crise política que o país viveu por causa do descongelamento do tempo das carreiras dos professores e que quase levou à demissão do primeiro-ministro. E voltou a atirar-se ao PS. “O PS, o dr. António Costa e os seus acólitos Catarina e Jerónimo são responsáveis pela maior machadada que os serviços públicos tiveram naquilo que é a sua capacidade de oferta e de acesso aos cidadãos”, sublinhou, considerando que “estas eleições são muito oportunas para verificar que se alguma coisa a Europa mostrou ao PS foi o lado mau”.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, também esteve na berlinda tendo sido acusado de manter a austeridade. “Apesar de ter recebido uma herança magnífica do anterior Governo, o ministro das Finanças não mudou a austeridade. Aliás, mudou um bocadinho a aparência da austeridade, mas ela continua na vida das pessoas. Porquê? Porque elas pagam hoje mais impostos do que sempre pagaram, elas têm hoje um serviço muito pior do que sempre tiveram”, avaliou. E quanto ao problema da dívida, frisou que “apesar de toda a propaganda do PS está em níveis brutos como nunca antes esteve.”

Em tempo de campanha, pediu aos portugueses que mostrem um cartão amarelo ao Governo. “O primeiro-ministro convidou o país a utilizar as eleições europeias para fazer uma avaliação do Governo pois bem acho que essa avaliação deve ser feita para ser mostrado para já um cartão amarelo para termos em Outubro um cartão vermelho”, pediu Luís Montenegro, dizendo que no “PSD na diferença das suas opiniões pode construir uma posição de oferta à população de um projecto político aliciante”.

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