Não há destino nem pressa na música dos The Necks

São uma das bandas mais singulares em actividade, subindo a palco sem saber o que vai acontecer. Apenas com a certeza de que avançará lentamente. A 15 e 16 de Maio, actuam no GNRation e na Culturgest.

Foto
The Necks Camille Walsh

Insiste-se, muitas vezes, na associação da música dos australianos The Necks com a paisagem do seu país: árida, selvagem, sem delimitações claras, a perder de vista, tranquila, tensa, ampla, guardadora de segredos, tensa, cheia de contrastes. Tornou-se um cliché – tão carregado de razão quanto de preguiça. Mas a verdade, admite o contrabaixista Lloyd Swanton ao Ípsilon, é que seria incapaz de imaginar uma banda como esta nascida numa cidade como, atiremos ao acaso, Nova Iorque. “Adoro Nova Iorque, adoro o frenesim constante da cidade, mas se estivesse lá tenho a certeza de que começaria a tocar música que reflectisse mais esses ambientes”, adivinha. Não significa isto que os The Necks não tenham a sua legião de fãs nova-iorquinos, tão dispostos como quaisquer outros a abandonar-se nas mãos de três músicos que avançam pelas suas peças musicais improvisadas com o vagar de quem não tem qualquer pressa em chegar. Os Necks, aliás, não sabem sequer onde querem chegar. E é assim desde que começaram a fazer música juntos, em 1987.

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