Já podemos falar sobre a Europa?

Estas eleições europeias não nos podem ser indiferentes. Teremos pela primeira vez uma geração nascida no século XXI a participar na escolha do próximo parlamento.

PÚBLICO, Antena 1, Expresso, Lusa, RTP, SIC e TVI juntaram-se, numa parceria inédita, para que fosse possível uma avaliação isenta e independente do último mandato dos 21 eurodeputados no Parlamento Europeu. O resultado, que hoje está nas páginas deste jornal e numa página especial do nosso site, só foi possível porque os correspondentes em Bruxelas daqueles meios de informação, fora de qualquer lógica concorrencial, se empenharam na prestação de um serviço público ao cidadão.

Este estudo sobre a actividade dos eurodeputados foi pago pelo consórcio e é da autoria da Vote Watch. Os correspondentes da imprensa nacional recolheram, além disso, informação necessária para um balanço do trabalho dos representantes portugueses na União Europeia. O que aqui tem são dados objectivos que permitirão a cada leitor fazer a sua própria avaliação e formar uma opinião. 

Estas eleições europeias não nos podem ser indiferentes. Teremos pela primeira vez uma geração nascida no século XXI a participar na escolha do próximo parlamento. Uma das actuais preocupações da Comissão Europeia, particularmente de Juncker, é envolver os mais jovens nas questões europeias. O programa do Corpo Europeu de Solidariedade, lançado em 2016, por exemplo, para jovens a partir dos 18 anos, tenta responder ao desconhecimento de que se queixam os mais jovens. Na Semana Europeia da Juventude, há 15 dias, em Bruxelas, a ignorância sobre o modo como as instituições da União Europeia funcionam, e a importância que as mesmas têm no quotidiano dos europeus, foi o lamento mais repetido num hemiciclo temporariamente ocupado por jovens de todos os Estados-membros.

Há uma outra razão que nos obriga a falar de Europa numas eleições europeias: o crescimento dos partidos de extrema-direita, assumidamente populistas e antieuropeístas, que podem tornar-se no terceiro maior grupo político do Parlamento Europeu. Como se sublinhava esta semana no PÚBLICO, essas forças políticas só não estão representadas em seis países, entre os quais Portugal. No PÚBLICO temos feito o nosso esforço — e vamos continuar a fazê-lo — para falar do actual cenário politico europeu, através de debates, iniciativas editoriais e conferências como A Europa e o Presente e A Europa Que Conta, para que umas eleições que são europeias não se transformem numa eleição dominada pela política nacional.

Ou a Europa é importante para todos, ou é um imenso desencanto.

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