As frases da crise política na polémica da recuperação de tempo congelado dos professores

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A ameaça de demissão do Governo na última semana dividiu os portugueses LUSA/NUNO VEIGA

Da ameaça de demissão de António Costa ao recuo da direita. As frases que marcaram a crise política no dia em que o Parlamento decide a votação final global.

“Ao Governo cumpre garantir a confiança dos portugueses nos compromissos que assumimos e a credibilidade externa do país. Nestas condições, entendi ser meu dever de lealdade institucional informar o Presidente da República e o presidente da Assembleia da República que, a aprovação em votação final global desta iniciativa parlamentar forçará o Governo a apresentar a sua demissão.”

António Costa, primeiro-ministro, numa declaração ao país, 3 de Maio

“Se há alguém que é incoerente e que demonstrou um total desrespeito pelo princípio da responsabilidade orçamental, da firmeza que devemos ter na sanidade nas contas públicas e na afirmação da credibilidade internacional do país, foram seguramente os outros dois partidos [PSD e CDS-PP] que se juntaram ao PCP e Bloco de Esquerda.”

António Costa, no período de perguntas dos jornalistas após a declaração ao país, 3 de Maio

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O primeiro-ministro António Costa ameaçou demitir-se Pedro Nunes/Reuters

“Classifico com uma só palavra aquilo que acabei de ouvir: foi um exercício de um ato de chantagem.”

Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, 3 de Maio​

“Vamos manter a nossa proposta e o nosso empenhamento para que [a lei] seja aprovada. O nosso compromisso não é com o PS é com os trabalhadores e com o povo.”

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, 3 de Maio

“A direita sempre disse que os acordos à esquerda seriam um fogacho e não chegariam ao fim da legislatura. Dar agora, a essa mesma direita, o prémio de decidir se a actual solução política cumpre ou não a legislatura até ao fim é triste e é errado.”

Catarina Martins, coordenadora do BE, 3 de Maio

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Catarina Martins garante que o BE não recuará Rui Gaudêncio

“Um primeiro-ministro que não se demite quando morrem 116 pessoas nos incêndios [em 2017] é o mesmo primeiro-ministro que empurra o país para uma crise política a propósito, apenas, da obrigação de negociar com os professores.”

Assunção Cristas, presidente do CDS-PP, 3 de Maio

“Acabamos de reconquistar liberdade orçamental, não cabe a um parlamento em final de legislatura composto por partidos que não prometeram nada disto aos portugueses, comprometer desde já o futuro do país.”

Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, 3 de Maio​

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Pedro Siza Vieira, ministro da Economia Nelson Garrido

“O que ontem vimos no Parlamento foi a esquerda a desviar-se para ser ultrapassada pela direita e aprovar algo que não estava nas nossas posições comuns.”

Mário Centeno, ministro das Finanças, 3 de Maio (SIC)

“O [José] Mourinho e o [Pepe] Guardiola quando treinavam o Real Madrid e o Barcelona discutiam mais as táticas das suas equipas do que aqueles partidos [PSD e CDS-PP] discutiram a educação em Portugal em conjunto.”

Mário Centeno, 3 de Maio (SIC)

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O ministro das Finanças Mário Centeno Rui Gaudêncio

“Se alguém acha que este ano, por haver três actos eleitorais, vamos ceder ao facilitismo, à demagogia e ao eleitoralismo, pois podem tirar o cavalinho da chuva, porque chegaremos ao último dia da mesma forma que entrámos: de cabeça levantada e determinada a cumprir e a honrar os nossos compromissos.”

António Costa, 3 de Maio

“Rui Rio está a enganar os portugueses e a enganar os professores. Faz lembrar [Pedro] Passos [Coelho].”

Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, 4 de Maio (Expresso)

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Ana Catarina Mendes Rui Gaudêncio

“Estou decepcionado e que não haja ilusões: ou se está com os contribuintes, ou se está com Mário Nogueira.”

António Pires de Lima, ex-ministro da Economia, 4 de Maio (Expresso)

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António Pires de Lima

“O desconhecimento assumido por Rui Rio em relação à legislação que mandou aprovar e que o associa à extrema-esquerda só pode ser interpretado como um ato de desnorte político.”

Miguel Relvas, ex-ministro do Governo de Pedro Passos Coelho, PÚBLICO, 5 de Maio

“O CDS tem a mesma posição desde o primeiro dia (...). Sempre o dissemos e voltamos a dizer: somos favoráveis à contagem de um tempo, que obviamente só pode acontecer quando há condições [designadamente] crescimento económico, sustentabilidade financeira e também revisão da carreira dos professores, avaliação dos professores e aposentação.”

Assunção Cristas, 5 de Maio

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O CDS recuou no voto durante o fim-de-semana Daniel Rocha

“O PS está a querer desfazer-se da actual correlação de forças e da força do PCP. Já todos compreenderam que é o calculismo eleitoral e a fixação pela maioria absoluta que leva o Governo a ameaçar demitir-se.”

Jerónimo de Sousa, 5 de Maio

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Jerónimo de Sousa acusou Costa de estar a destruir a geringonça Miguel Manso

“O apelo que eu faço ao PS é tão simples quanto sensato: mantenhamos o acordo, não temos de votar com a direita, mantenhamos o acordo, mantenhamos a forma de respeitar todos os trabalhadores de uma forma gradual, como já tínhamos decidido, como já tínhamos votado em conjunto [no Orçamento do Estado].”

Catarina Martins, 5 de Maio

“[O líder do PS, António Costa] quis fabricar um caso político de vitimização para enganar os portugueses. Um número de ilusionismo eleitoral para atacar o PSD, tentando criar a falsa ideia de que estamos a aprovar medidas que empurrariam o país para uma orgia orçamental.”

Rui Rio, presidente do PSD, 5 de Maio

“Se o PSD e o CDS votaram sem saber o que estavam a votar têm uma solução muito simples: quando a votação chegar ao plenário votem contra e emendem o erro que cometeram votando o que não sabiam que estavam a votar.”

António Costa, secretário-geral do PS, 5 de Maio

“O PS sozinho não consegue fazer valer a sua posição [de apenas contar dois anos, nove meses e 18 dias do tempo de serviço congelado por razões orçamentais]. Os partidos à esquerda do PS nem têm de votar a favor os diplomas do PSD e do CDS-PP, que são muito semelhantes, basta que não votem contra.”

Mário Nogueira, 6 de Maio (Lusa)

“Não me lembro de na história da democracia portuguesa os partidos do centro direita festejarem com Mário Nogueira [líder da Fenprof].”

Pedro Santana Lopes, presidente do Aliança, 6 de Maio (Jornal i)

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Nuno Ferreira Santos

“O que se passou nos últimos dias por parte do Governo foi o contrário disto que o doutor Sá Carneiro valorizava e defendia. Não estou a ver o dr. Sá Carneiro a ensaiar um golpe de teatro e a demitir-se de primeiro-ministro porque lhe dá jeito para encenar uma tática partidária. Era um homem de Estado.”

Rui Rio, 6 de Maio

“Eu não vou criar ilusões a dizer que vou devolver a integralidade do tempo, porque eu sei que só não vou eu, como não vai ninguém. E, não vai, não é este ano, nem no próximo, nem daqui a 10 anos, porque financeiramente não é possível fazer isso.”

António Costa, 6 de Maio (TVI)

“António Costa escusa de vir dizer que tem até sensibilidade para questões dos professores porque tem na família professores. Se calhar, no Governo ainda tem mais família do que na família tem professores.”

Mário Nogueira, 7 de Maio

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Mário Nogueira, Fenporf Paulo Novais/Lusa

“Só percebo isso pelo desespero. A certa altura as pessoas agarram-se a qualquer coisa.”

Carlos Carvalhas, ex-secretário-geral do PCP, a propósito do apelo feito pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, aos partidos de esquerda para deixar passar as propostas do PSD e do CDS sobre os professores no parlamento, 7 de Maio

“Quando se aceita estar numa vida mais pública, consegue-se muitas vezes viver com os insultos e ataques que muitas vezes vêm de onde já se espera. Não é isso que mata. O que mói é quando vêm de pessoas mais próximas, como o meu camarada Carlos Carvalhas, e isso põe-nos a pensar sobre o futuro.”

Mário Nogueira, 8 de Maio

“Estou de acordo com António Costa que fez o que devia fazer para garantir [a sustentabilidade das] contas públicas e a credibilidade do país.”

Manuel Alegre, histórico do PS, 8 de Maio (Jornal i)

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Manuel Alegre Rui Gaudêncio

“Se o PS votar contra a nossa proposta de salvaguarda financeira, então ficará claro, para todos os portugueses, não apenas a incoerência do Governo, mas especialmente a farsa que o dr. António Costa montou.”

Adão Silva, deputado do PSD, 8 de Maio

“O PS não vai acompanhar a cambalhota do PSD, esteja descansado.”

Porfírio Silva, deputado do PS, 8 de Maio

“Vamos aguardar o que é que acontecerá amanhã (sexta-feira), mas se toda a gente votar amanhã como anunciou que votaria, eu creio que o país felizmente terá evitado uma crise orçamental que poria gravemente em risco a sua credibilidade internacional.”

António Costa, 9 de Maio

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