Jovem acusa agentes da PSP de lhe partirem a perna no Queimódromo

O incidente aconteceu na madrugada desta quinta-feira, quando as forças policiais estavam a escoltar quem se encontrava no Queimódromo para a saída, uma vez que o recinto iria encerrar.

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Fernando Veludo / NFACTOS

Um jovem de 21 anos acusou esta quinta-feira agentes da PSP do Porto de lhe terem partido a perna direita, na sequência de um desacato à saída do Queimódromo, no Porto, estando a preparar a queixa.

Em declarações à Lusa no Hospital Santo António, no Porto, para onde foi transferido após ter sido primeiro assistido no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, Rúben Soares explicou ter “partido a tíbia e o perónio” da perna direita em resultado da agressão.

Descrevendo o sucedido, Rúben Soares disse que a situação ocorreu “cerca das 06h00 quando a polícia fez um cordão para acompanhar a saída dos estudantes do Queimódromo” e que reagiu ao facto dos agentes da autoridade terem “adoptado uma postura mais agressiva” em resposta a um grupo de jovens que resistia a “sair por onde a polícia queria”.

“Dirigi-me então a um polícia que conheço perguntando-lhe se aquela agressividade fazia sentido”, obtendo como resposta “dois socos na cara” e a “uma biqueirada” que lhe provocou “a fracturada perna”, relatou.

No chão, Rúben Soares viu-se “rodeado por polícias” que “impediram” que fosse “ajudado” pelas outras pessoas que se aperceberam do incidente, adiantou. “Deixaram passar duas ambulâncias do INEM e só me deixaram entrar na terceira”, acusou ainda o jovem, que teve de ser “suturado com quatro pontos na face” e que pelas 20h30, quando falou à Lusa, aguardava “para ser operado à perna”.

Segundo Rúben Soares, o incidente deu-se “ainda no interior do recinto onde está a decorrer a Queima das Fitas do Porto” e que as câmaras “filmaram a agressão”, tendo revelado que o seu advogado, Elton Franco, “já pediu o acesso às imagens” para preparar a queixa.

Elton Franco disse que vai esperar que Rúben Soares tenha alta hospitalar e, acompanhado do relatório médico, “preparar a queixa”.

Segundo uma fonte próxima do jovem contactada pelo PÚBLICO, ao sair do Queimódromo, o jovem, que não é estudante universitário, terá reparado que a polícia estava a ficar agressiva com algumas pessoas. Ao aproximar-se, foi agarrado, agredido e levado pelos agentes para perto de outros polícias, junto da porta do recinto.

Ali, depois de ser agredido, os polícias terão formado um círculo à sua volta e não deixaram ninguém se aproximar até à chegada dos serviços médicos.

O PÚBLICO contactou o Comando Metropolitano da PSP do Porto que não fez comentários.

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