Arsenal e Chelsea são os finalistas da Liga Europa

Aubameyang, com um hat-trick, levou o Arsenal até à final da Liga Europa, mas o Eintracht quase furava as contas inglesas, obrigando o Chelsea a um prolongamento e aos penáltis, onde Gonçalo Paciência falhou

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Aubameyang marcou três vezes pelo Arsenal Reuters/SERGIO PEREZ

Chelsea e Arsenal vão encontrar-se em Bacu, conforme esperado, apesar de ter faltado algum sangue azul à equipa de Sarri. Sem a alucinante vertigem proporcionada pela Champions, também a Liga Europa viveu de incerteza, preces e angústia, especialmente em Londres, onde o Eintracht Frankfurt esteve perto de arruinar a narrativa de uma final exclusivamente inglesa. Nos penáltis, Gonçalo Paciência falhou o remate decisivo antes de Hazard confirmar uma final exclusivamente inglesa, imitando o que irá suceder na Liga dos Campeões.

Apesar da forte sugestão provocada pelos golpes de teatro na Liga milionária, não houve escândalo nas meias-finais da segunda competição de clubes da UEFA, cuja final se realizará no Azerbaijão, a 29 de Maio. Até porque a vantagem do Chelsea (empate a um golo em Frankfurt) carecia de confirmação. Para a história fica uma Europa convertida à ilha britânica, que, pela primeira vez, de se apresentará com quatro finalistas nas duas competições da UEFA. 

A tendência ditada pelos resultados da primeira mão só esteve verdadeiramente em causa quando o atrevimento dos alemães (anularam o resultado de Frankfurt, 1-1) obrigou os “blues” a uma crise de ansiedade que acabaria no desempate com recurso a penáltis e com o falhanço de Paciência. Até porque, em Valência, a inabalável fé dos espanhóis, ironicamente reforçada pela proeza do Liverpool frente ao Barcelona, de nada serviu perante um Arsenal imperial, que venceu por 2-4. O Mestalla esteve longe de transformar-se numa espécie de Anfield, mesmo que Petr Cech tivesse sido batido aos 11 minutos.

O gigante checo, que prepara o adeus ao futebol no final da 20.ª época como profissional, precisamente em Bacu (curiosamente frente ao seu primeiro clube em Inglaterra), já tinha visto o perigo rondar-lhe a baliza um par de vezes: num cabeceamento de Gayá e num remate de Gonçalo Guedes. E à terceira não resistiu à sede de Kevin Gameiro, extremo francês detentor de quatro troféus (três pelo Sevilha, com Unai Emery, e um pelo Atlético de Madrid, no último ano) e que perseguia o recorde de jogador francês com mais conquistas. O Valência parecia, de resto, embalado para uma reviravolta que Rodrigo Moreno poderia ter ajudado a materializar apenas três minutos volvidos, fazendo a bola chegar aos pés de Gameiro, sem capacidade para emendar com sucesso.

Para os espanhóis, esse seria o “canto do cisne”, confirmado por Pierre Aubameyang (17’), mais rápido e eficaz a concluir uma reposição de bola de Petr Cech, após toque subtil de Lacazette. Aubameyang começava precisamente como tinha acabado em Londres. O gabonês haveria de escrever quase todo o enredo, assinando um hat-trick depois de ter construído lances impagáveis como o que ofereceu a Lacazette a oportunidade de marcar antes do intervalo.

Já no regresso dos balneários, Aubameyang afundaria os espanhóis numa arrancada culminada com o golo de Lacazette (50’). Como prémio de consolação, Kevin Gameiro chegou aos 31 golos nas provas europeias, o quarto em meias-finais, igualando a dois. A precisar de três golos, o Valência via Aubameyang agravar (69’) o cenário já de si negro, estabelecendo o resultado em 2-4 para os britânicos.

Em Londres, o Chelsea não conseguiu escapar ao drama frente a um Eintracht calculista, com Rebic de volta e Jovic preparado para atacar Giroud, melhor marcador da prova. Os alemães sabiam que um golo em Stamford Bridge poderia alterar o guião da eliminatória, mas não conseguiram controlar Hazard, que abriu um novo capítulo de como demolir defesas. Loftus-Cheek (28’) batia Trapp, mas a reacção da equipa de Paciência estava reservada para a segunda parte, com Jovic (49’) a empatar aproveitando falha de David Luiz. Os alemães forçariam o prolongamento, onde estiveram perto de resolver a questão, mas capitularam nos penáltis.

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